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quinta-feira, 25 abril, 2024

Viajar contribui para qualidade de vida de pacientes em hemodiálise

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A temporada de férias está começando e, nesta época, os doentes crônicos, especialmente aqueles que dependem de procedimentos como a hemodiálise, se veem diante de muitas dúvidas e receios: é possível viajar e manter o tratamento fora de sua cidade ou mesmo de seu país de origem? A resposta é sim. E isso vale tanto para uma viagem de poucos quilômetros, para passar o Natal ou curtir a praia em família, como fazer um tour pela Europa ou Estados Unidos, embarcar em um cruzeiro ou vivenciar as aventuras de um safári na África. Para tirar os planos do papel e tornar realidade o sonho de fazer as malas e colocar o pé na estrada sem riscos à saúde, basta informação, um bom planejamento e alguns cuidados.
“O doente renal crônico tem cada vez menos impeditivos para levar uma vida normal, inclusive sem se privar das viagens. As pessoas que precisam de máquinas para substituir a função dos rins não só podem viajar como ganham qualidade de vida ao sair da rotina, conhecer novos lugares e passar por diferentes experiências. Isso aumenta o bem-estar, melhora a autoestima e renova as energias para o restante do ano”, afirma o médico nefrologista Flavio Nishimaru, da Renal Quality, de Jundiaí.
Assim como os demais viajantes, o primeiro passo para relaxar e aproveitar os dias de lazer com a família ou amigos é organizar a viagem. “A diferença é que o paciente em hemodiálise tem que considerar também o acesso às sessões no local de destino, ao material e aos medicamentos de que precisa. Antes da viagem, é essencial conversar com seu nefrologista para avaliar as condições de saúde e, se estiver apto a viajar, receber o apoio da equipe médica e multidisciplinar, e todas as orientações necessárias”, diz Nishimaru.
Vários centros de nefrologia, no Brasil e também no Exterior, compartilham o sistema de hemodiálise em trânsito, informa o especialista. Por esse sistema, é possível agendar previamente as sessões na cidade de destino e assegurar que a clínica que vai atender o paciente em viagem tenha todas as informações sobre seu quadro e as necessidades específicas de cada viajante.
“Aqui na Renal Quality, nós tanto orientamos e encaminhamos os pacientes que pretendem viajar para outras clínicas como também estamos abertos a receber moradores de outras cidades durante sua estadia na região de Jundiaí”, afirma.
O nefrologista ressalta a importância de garantir que não haja imprevistos e que o tratamento não seja interrompido de forma alguma. “Os pacientes em hemodiálise dependem das máquinas para substituir o trabalho que os rins não fazem, limpando as impurezas do sangue e regulando os líquidos e sais do organismo, e isso é vital para manter suas condições de saúde. Por isso, é preciso pensar em todos os detalhes”, orienta.
Isso inclui providências como checar a disponibilidade e confiabilidade das clínicas na localidade com antecedência e confirmar o agendamento assim que chegar ao destino, planejar como vai se deslocar até lá, ter uma lista de outros locais onde possa realizar o tratamento em caso de problemas, levar todos os medicamentos que precisa tomar com folga na quantidade, ter seu histórico e relatório médico atualizados e a prescrição do tratamento dialítico.
Quem faz a diálise peritoneal, em que o próprio paciente se encarrega do procedimento, também precisa assegurar que terá tudo o que for necessário à disposição, lembra Nishimaru. No caso da diálise peritoneal ambulatorial contínua, deverá levar as soluções para a troca manual dos fluidos.
Aqueles que fazem a diálise peritoneal automatizada, por sua vez, precisam garantir que não haverá problemas com o transporte da máquina cicladora, buscando informações sobre as exigências legais para circular com o equipamento em países estrangeiros, e consultar as companhias sobre as condições para o embarque em aviões, navios e trens.
Ter as receitas e laudos médicos em mãos também pode evitar dores de cabeça durante a fiscalização de bagagens nos aeroportos, portos e fronteiras.
“Atualmente, há vários serviços disponíveis e agências de turismo especializadas que oferecem infraestrutura e apoio para os renais crônicos que querem viajar. Isso significa maior liberdade e mobilidade para o paciente. Outros cuidados mais simples, como alimentação diferenciada, já são rotina em aviões e hotéis”, diz o médico.
Algumas empresas, por exemplo, oferecem acompanhamento médico e máquinas de diálise nos navios para que os passageiros tenham maior conforto e tranquilidade para dar continuidade ao tratamento a bordo. É o caso da Dialysis at Sea Cruises, parceira da Royal Caribbean e da Celebrity Cruise Lines.
 
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Com sedes na África do Sul, em Botswana e na Namíbia, a operadora de turismo Endeavour investe no turismo inclusivo e oferece pacotes personalizados para atender às necessidades dos dialíticos, inclusive durante safáris. A empresa foi vencedora do prêmio máximo na categoria de Turismo Responsável do World Travel Market em 2015.
“O importante é que os pacientes tenham todas as informações e tudo preparado antes de partir. Feito isso, é só desfrutar dos passeios e colher os benefícios que as viagens trazem para todos, sejam ou não dialíticos”, afirma Nishimaru.
Os dez mandamentos do turista renal crônico

  • Consulte seu médico antes de planejar a viagem para checar se está em condições de viajar no momento e para obter todas as informações de como proceder com segurança e sem risco de interrupção do tratamento.
  • Pesquise, junto com sua equipe de saúde, as clínicas da localidade de destino onde poderá fazer o tratamento e deixe tudo agendado previamente. Confirme a realização das sessões logo ao chegar ao destino.
  • Faça e leve uma lista de outras clínicas onde poderá ser atendido em caso de imprevistos e inclua na agenda todos os telefones de contato da equipe médica que realiza seu atendimento na cidade de origem se precisar entrar em contato e pedir orientações e informações durante emergências.
  • Planeje roteiros e o período dos passeios para não perder o horário das sessões e verifique a melhor forma de chegar às clínicas sem contratempos.
  • Certifique-se de incluir na mala todos os medicamentos em quantidade adequada para o período de viagem (leve extras para garantir). Transporte parte dos remédios na bagagem de mão, uma precaução se a mala extraviar. Geralmente, a quantidade de soluções líquidas permitidas dentro da cabine de aviões é de 100ml, portanto não deixe de se informar previamente para não correr o risco de ter o medicamento apreendido ao embarcar.
  • Tenha em mãos relatórios médicos e exames atualizados, receituário, a prescrição do tratamento e outras informações e documentos que seu médico achar necessário. Não se esqueça de contratar o seguro saúde, se informar sobre a cobertura e possíveis custos extras.
  • Informe-se sobre possíveis restrições ou exigência de autorização para o transporte de equipamentos, materiais e medicamentos, se for embarcar em navios, aviões ou viajar pelo Exterior.
  • Caso faça a própria diálise, veja se o local de destino supre suas necessidades: por exemplo, eletricidade para garantir o funcionamento da máquina cicladora, acesso a soluções e água de pureza adequada. Tenha em mãos telefones e outros meios de contato com a assistência técnica dos equipamentos.
  • Caso precise de alimentação diferenciada ou tenha outras necessidades específicas, informe o hotel, empresas aéreas, marítimas e de transporte ferroviário.
  • Planeje com antecedência todos os detalhes para que possa desfrutar plenamente dos dias de férias, sem se preocupar com providências relacionadas ao tratamento durante a viagem. Relaxe e aproveite!
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