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sexta-feira, 19 abril, 2024

Mais de 30 médicos cubanos devem deixar região de Jundiaí

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31 médicos cubanos fazem o atendimento em quatro cidades da região. Jundiaí deve perder três médicos cubanos que trabalham em áreas de vulnerabilidade social: Jardim São Camilo, Vila Esperança e Rio Acima. A história se repete e com tons mais dramáticos na Vila Real, em Várzea Paulista, onde 11 médicos cubanos fazem o atendimento do Programa “Saúde na Família”, com visitas domiciliares e 40 horas de carga horária semanal. O bairro é um dos mais pobres da região
A saída dos médicos do país é devido a declaração do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) que culminou na decisão do governo de Cuba retirar profissionais do programa Mais Médicos. 
Em Campo Limpo Paulista, 10 médicos cubanos atendem em oito Unidades Básicas de Saúde das regiões mais periféricas a exemplos de Botujuru, São José, Pau Arcado e Parque Internacional.
Já em Itupeva são 7 os médicos de Cuba para atender moradores de bairros como São João, Rio das Pedras, Santa Fé, Santa Elisa, Quilombo, Guiomar, Monte Serrat.
A Unidade de Gestão de Saúde em Jundiaí afirmou, por meio de nota, que “aguarda posicionamento oficial por parte do Ministério da Saúde, que já sinalizou sobre a abertura, nos próximos dias, de edital para selecionar médicos brasileiros que queiram ocupar as vagas deixadas em aberto pelos profissionais cubanos”.
Em Várzea Paulista, os responsáveis pela Saúde aguardam com certa apreensão. “A cidade sofrerá muito, com certeza, caso a medida seja concretizada. Desejamos que o governo faça com ciência da necessidade de reposição”, diz nota.
A preocupação é semelhante em Itupeva. “Será uma grande perda para o município, pois os médicos do programa atendem um número bem elevado de pacientes”.
A Prefeitura de Campo Limpo afirma ainda não ter sido notificada sobre a possível redução no quadro dos médicos da família, mas ressalta “a importância destes profissionais no bom atendimento à população”.
Em nota conjunta, o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) apelam para a manutenção dos profissionais cubanos no Brasil sob risco de faltar atendimento à população.
Segundo as entidades, com a decisão do Ministério da Saúde de Cuba de rescindir a parceria, mais de 29 milhões de brasileiros poderão ficar desassistidos da atenção básica de saúde. 
“As entidades pedem a revisão do posicionamento do novo governo, que sinalizou mudanças drásticas nas regras do programa, o que foi determinante para a decisão do governo de Cuba. Em caráter emergencial, sugerem a manutenção das condições atuais de contratação, repactuadas em 2016, pelo governo Michel Temer, e confirmadas pelo Supremo Tribunal Federal, em 2017”, diz a nota.
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse neste domingo (18) que o presidente Michel Temer (MDB) está tratando da questão da saída dos médicos cubanos do programa Mais Médicos. Segundo ele, será necessário avaliar os casos das centenas de municípios que ficarão sem médicos, pois alguns dispensaram seus profissionais para ingressar no programa federal.
“Eu não sou presidente. Dia 1º de janeiro, após a posse, nós vamos apresentar o remédio para isso, mas o presidente Temer já está trabalhando nesse sentido”, disse. Segundo ele, algumas prefeituras mandaram embora seus médicos para receber um profissional, com o custo assumido pelo governo federal.
“Tem prefeitura que mandou o médico embora para pegar o cubano. Quer ficar livre da responsabilidade. A saúde também tem sua responsabilidade”, disse, frisando que a convocação de profissionais do Exército só é feita em caso de necessidade.
O presidente eleito voltou a chamar o regime de trabalho dos cubanos no Brasil de “escravidão” e afirmou que será possível substituir os profissionais se for oferecido “tratamento adequado”.
“Não podemos admitir escravos cubanos trabalhando no Brasil e não podemos continuar financiando a ditadura de Cuba”, completou.

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