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quinta-feira, 25 abril, 2024

A teoria da “menos-valia”

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Vivemos na onda do “politicamente correto”. São tempos de ditadura em que se manifestar contra as “cláusulas pétreas” da sabedoria dos intelectuais é um crime inafiançável, punido com o desprezo daqueles que ditam e repetem as leis do que é certo ou errado num mundo supostamente “menos tirano”.
Me lembro dos tempos de faculdade, quando eu contestava uma nobre e veterana professora sobre a geração de empregos em que ela defendia uma CLT mais rígida e eu a Lei da Oferta e da Procura. Quando ela defendia a triplicação do salário mínimo e eu dizia que era necessário controlar a inflação. Normalmente isso terminava em seus gaguejamentos seguidos de mau humor.
Uma vez debati com o professor de filosofia sobre a teoria da mais-valia de Karl Marx, aquela que ensina que um objeto deveria custar a soma de sua matéria prima mais o valor da mão de obra de quem o fabricou. Eu perguntei a ele se ele não acredita no capital intelectual da invenção, do projeto, da capacidade de abertura de mercado e venda, do risco (que somente faz sentido se puder-se acreditar em lucro). Novamente vimos um professor rodear, rodear e não chegar a nenhum lugar.
Numa das últimas histórias que tive, quando a pergunta da prova pedia a descrição da Lógica do Capital, também de Marx, onde ele afirma que para um ganhar, o outro precisa perder, eu respondi exatamente o que estava na apostila e incrementei um “pós script” dizendo que embora tivesse respondido aquilo para validar a questão, que não concordava com absolutamente nada do que ali estava escrito, uma vez que numa negociação, todos os lados podem ganhar. Em negócios justos e bem feitos, a vantagem de um gera uma vantagem também ao outro, sejam eles empreendedores, colaboradores, fornecedores ou membros de uma sociedade próxima. Tirei a nota, mas fui tema negativo da próxima aula sem que tivessem ao menos citado meu nome.
A verdade é que nossas faculdades formam “a la mais valia”, ou seja: formam apenas mão de obra. Ninguém nos ensina verdadeiramente a empreender. Quando muito tem uma materiazinha curricular (de tanta insistência do Sebrae). Não nos ensinam a empreender, tampouco a precificar a mão de obra que nos ensinam a fazer. Pior ainda, não nos ensinam nem a vender e nem mesmo a procurar emprego. Depois dizem que somos “doutrinados pelo sistema”.
 
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E é por isso que nosso país é uma baita potência (sqn), porque forma muita mão de obra e pouquíssimas mentes pensantes. Excomungam a mentes pensantes e criativas com doutrinas marxistas, freirianas e vivem em um conto de Ariano Suassuna, onde tudo aquilo que o autor defende, dá certo e o que ele condena, termina em catástrofe… afinal é ele próprio que define o final. Pena que na vida não é assim.
Paulo Freire defendia tanto a liberdade de expressão do aluno, mas não se vê seus seguidores respeitando isso por aí. A liberdade de pensamento que se dá aos alunos é somente enquanto eles pensam o que as leis do politicamente correto ditam. Mas como me disseram esses dias por uma rede social, talvez eu esteja completamente alienado nas minhas constatações e precise mesmo “desligar a Globo e ler um pouco mais de história”.
Não me conhecem mesmo.

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