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quinta-feira, 28 março, 2024

Eles metem o bedelho onde não são chamados

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Num show na Capital, Roger Waters, ex-integrante do Pink Floyd, resolveu atacar o candidato Jair Bolsonaro. Colocou mensagens no telão e chamou o candidato de fascista. Foi vaiado e xingado como nunca. Independentemente de ideologia política – PSL ou PT – o que temos visto e ouvido é um monte de gente metendo o bedelho em assuntos que só nos dizem respeito.
São supostos cientistas, filósofos, artistas de todos os lugares do mundo opinando sobre as eleições brasileiras. Uns contra, outros a favor. Ninguém pelo contrário. Até uma pretensa comissão da ONU opinou sobre o direito do ex-presidente Lula ser ou não candidato à Presidência.
Os xingamentos, travestidos de análises, atingem as duas alas. Atacam tanto o PT de Fernando Haddad quanto o PSL de Jair Bolsonaro. E só fazem isso porque permitimos. Porque há parte da imprensa que, na falta de vontade de procurar notícias, reproduz o que essa gente fala lá fora. Gente que não conhece nossa realidade, ou que é desinformada por natureza.
Alguns sequer sabem o que é fascismo. Sua origem é italiana. Vem de fascio, que em italiano quer dizer feixe. O princípio era simples: um galho sozinho é fraco e não fica em pé. Mas um feixe de galhos torna-se firme e consegue ficar em pé. Mussolini, jornalista e agitador, foi um de seus expoentes. O princípio era simples, mas suas consequências são questionáveis até hoje. Mas entre o que já houve na Itália e taxar alguém de fascista a distância é longa.
Assim como é longa a distância entre entender que o PT é socialista e afirmar que é comunista. Que fique claro: o PT não é comunista, e Bolsonaro não é fascista. E isso os xeretas lá de fora não conseguem enxergar. Nem parte da nossa imprensa, acomodada nos releases de assessorias e declarações de quem estiver mais acessível.
Fala-se em combater as fake news (notícias falsas), o que é ótimo. Seria bom também combater esse tipo de reprodução de falas alienígenas. Seria bom essa parte da imprensa relembrar uma das lições do Jornalismo: a quem interessa a notícia? Coisa que parece esquecida.
 
Leia também: Por que santa é padroeira do Brasil e 12 de outubro se tornou feriado nacional?
 
Não há justificativa para se reproduzir tanta asneira. Um filósofo americano, um professor de determinada universidade alemã, um sociólogo inglês e até mesmo um político russo não sabem o que é viver no Brasil. Não conhecem favelas. Não mensuram o poder do tráfico. Não frequentam nossos supermercados. Nem convivem com nossos políticos. Mas dão seus palpites, cuja caixa de ressonância é nossa leviana e irresponsável imprensa. Parte dela.
Se for para aceitar opiniões alheias, externas, que valha o exemplo (nem tão bom) de Dom Vito Corleone, traduzido por Mario Puzo e levado ao cinema por Francis Ford Coppola em O Poderoso Chefão. Corleone, o mafioso mais charmoso da história, mandava matar, extorquia, fazia o diabo. Mas pregava sempre a conciliação. E é de conciliação que precisamos. Mais conciliação, menos opiniões imbecis.

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