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sexta-feira, 29 março, 2024

De novo, a história de um trem entre Campinas e Jundiaí

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Na terça passada (4) estava marcada uma demonstração em Campinas – um trem da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) faria uma viagem até Jundiaí. Dois vagões motrizes foram levados para lá, e secretários de governo fariam a tal viagem. Podia parecer um sonho – mas tudo leva a crer que é só mais uma promessa.
Em 1978, quanto foi inaugurada da Rodovia dos Bandeirantes (na época chamada Via Norte), reforçou-se a promessa que entre suas pistas, no chamado canteiro central, haveria um trem expresso ligando Campinas, Jundiaí e a Capital. Promessa solene, feita nas presenças do então presidente Ernesto Geisel e do então governador Paulo Egydio Martins. Se bem que o autor da promessa tenha sido Paulo Maluf, que fora secretário de Transportes até 1975.
Até janeiro de 1995 os trens da Fepasa, sucessora da Companhia Paulista, corriam para o interior levando passageiros. E assim que deixou o serviço, surgiram inúmeras promessas (normalmente em ano de eleição) de que haveria a retomada dos trens de passageiros. Como nada acontecia, os vagões e locomotivas foram aos poucos sendo abandonadas no pátio da Fepasa.
Aconteceu o previsto – tudo foi saqueado. Inclusive a fiação elétrica necessária às locomotivas movidas a eletricidade. Com as privatizações, o trecho passou ao Governo Federal (mais precisamente ao Dnit – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), e os trilhos foram concedidos à MRS, dedicada a transportar carga.
Para colocar um trem em operação nesse trecho vai ser preciso muito dinheiro. O projeto é mais ambicioso – o trecho seria de Americana à Capital, passando por Campinas e Jundiaí. Há necessidade de se refazer toda a fiação elétrica (a MRS usa máquinas a diesel), uma vez que a CPTM só usa vagões motrizes movidos a eletricidade.
 
Leia também: Governo testa trem de passageiros ligando Campinas a Jundiaí
 
Há também necessidade de concordância do Dnit, uma vez que a CPTM está, em tese, invadindo uma área que não lhe pertence. E há necessidade de implantar estrutura para o funcionamento – quando estava em operação, a Fepasa ainda usava telégrafo para se comunicar entre as estações.
Nesse ritmo, dificilmente haverá o trem tão sonhado. Mas que ninguém se espante se, nas próximas eleições, alguém prometer instalar bases de foguetes, trem bala (esse não vale, já prometeram) e até teletransporte. Vender sonhos é uma especialidade e tanto.

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