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sábado, 20 abril, 2024

Mulheres com menos estudo lideram ranking de obesidade no Brasil

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O aumento da obesidade é uma realidade em todas as faixas, em ambos os sexos e em todos os níveis de escolaridade no Brasil. Analisando os dados com um pouco mais de atenção, é possível ver quem mais engordou nas últimas décadas: as mulheres com menos estudo.
Entre 2006 e 2017, houve um aumento de 12,1% para 18,7% na prevalência da obesidade (IMC acima de 30 kg/m²) e de 38,5% para 51,2% na de excesso de peso (IMC acima de 25 kg/m²) entre as mulheres, segundo os dados do sistema Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), do Ministério da Saúde.
Entre aquelas que têm até oito anos de estudo, os números saltam para 25,5% e 61,7%, respectivamente. O IMC é calculado dividindo o peso da pessoa por sua altura multiplicada ao quadrado.
Observando essa tendência desde levantamentos anteriores, o OBHA (Observatório Brasileiro de Hábitos Alimentares), da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), vem trabalhando em um estudo qualitativo para traçar os motivos que levaram a um aumento mais acentuado dos índices de obesidade entre as mulheres mais pobres.
Segundo a coordenadora do OBHA Denise Oliveira e Silva, a desigualdade social radicalizou os fatores externos que causam o aumento de peso. “Os alimentos processados, que eram consumidos pelas classes mais altas, passam a ser os alimentos mais baratos, para as classes de menor renda. Também há uma dificuldade em se exercitar”, disse a nutricionista e antropóloga da alimentação.
Na pesquisa, feita com beneficiárias do programa Bolsa Família, ainda se observou que a experiência da fome é presente na história de vida de grande parte delas –o que pode ter alterado o metabolismo, passando a queimar menos calorias. “Essa hipótese ainda vai ser mais estudada, de uma possível economia energética que ocorre desde a experiência da fome.
Todas elas falam que passaram fome na infância”, contou Denise. A OMS (Organização Mundial da Saúde) assume a presença de fome e de carências nutricionais na infância como fator de risco para obesidade na fase adulta.

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