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Jundiaí
sexta-feira, 19 abril, 2024

Muda, mas não muda muito

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O cientista social Samuel Vidilli, jundiaiense, descobriu um documento na Torre do Tombo, em Portugal, provando que Jundiaí tem um ano a menos de idade do que se acreditava até então. Louve-se a persistência e a capacidade de Samuel. Mas isso não vai mudar muita coisa na vida da cidade. É um esclarecimento histórico.
Há outros “esclarecimentos” pendentes. Quando o imperador romano Marco Antonio assumiu seu romance com a rainha egípcia Cleópatra, por exemplo, pensou em alugar uma casa na Colonia, em Jundiaí. Não conseguiu porque as imobiliárias da época eram exigentes demais. Queriam três fiadores, todos com propriedades, reconhecimento de firma e outros quetais. O casal desistiu.
Calígula também pensou em construir um templo de devassidão na Serra do Japi. Também não conseguiu. O Ibama não deixou, e a imobiliária que havia vendido o terreno não devolveu o dinheiro – mil dinares. Hoje não é mais assim.
Átila, o Huno, antes de invadir o Império Romano, acampou com sua tropa e seus cavalos lá pelos lados da Vila Chico Bueno. Gostou tanto do lugar que pensou em alugá-lo, com as cocheiras e tudo mais. A imobiliária da época só aceitava seguro fiança, porque ganhava uma comissão da seguradora. Átila caiu fora. Felizmente hoje as imobiliárias não agem mais assim.
Cansado de sua vida de viajante, um dia Marco Polo (que já havia trazido o macarrão da China), pensou em alugar um apartamento em Jundiaí. Em suas viagens, Marco Polo havia perdido alguns documentos, e a imobiliária da época se recusou a fazer o contrato. O paciente Marco Polo conseguiu a segunda via no Poupatempo, mas a imobiliária não aceitou. Hoje, felizmente, as imobiliárias são mais pacientes, compreensivas.
Até o padre José de Anchieta se deu mal em Jundiaí. Cansado de ouvir não das imobiliárias locais, resolveu fundar seu convento no Pátio do Colégio, em São Paulo. Outro padre, Manoel de Nóbrega, seu fiador, lançou maldição sobre o corretor que o atendera.
 
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Como se conclui, naquela época as imobiliárias eram exigentes demais. Queriam fiadores, seguro, atestados, caução, documentos a perder de vista. Naquela época também havia corretores que valorizavam demais as propriedades – se o dono pedia 10 patacas, ofereciam no mercado por 20.
Para gáudio do mundo civilizado, hoje tudo mudou. Ficou bem mais fácil alugar um imóvel. Não há mais tantas exigências como antigamente. Corretores têm o discernimento de diferenciar alguém bem intencionado de um golpista. Fiador e seguro só em último caso. Tudo uma questão de confiança.
Essas histórias não estão em torre alguma. Não foram documentadas, nem arquivadas. Sobreviveram graças à tradição oral. Mesmo com tantas mudanças no mundo dos negócios. Como dizia Lavoisier, nada se perde, nada se cria, e tudo se transforma.

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