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sexta-feira, 19 abril, 2024

A arte de passar vergonha

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Brasileiros em geral adoram passar vergonha. Quando saem do país então, exageram. Vergonha alheia, bem entendido. Para eles, é coisa normal ser ridículo, sem noção e mal educados.
Um brasileiro educado, com noção, que esteve na Copa do Mundo, se queixou em redes sociais sobre essa vergonha alheia. Estava ele num restaurante de Moscou quando aconteceu a invasão de um grupo de brasileiros. Invasão, no melhor estilo de Átila, o Huno. Barulhentos, emendaram mesas e iniciaram a cantoria.
O restaurante tinha música ambiente. Para mandar um recado sutil ao grupo, o gerente aumentou o volume da música. A vingança não demorou – o grupo colocou sobre a mesa um aparelho de som, no volume máximo, tocando as breguices típicas da terra, e acompanhou.
Outro exemplo: há alguns anos, um japonês aqui residente, em passeio por Tóquio (capital japonesa) ouviu pelo sistema de som de uma loja um alerta sobre chegada de um grupo de brasileiros. Explicação simples: no Japão, relógios e celulares não são para ostentação, e ficam expostos em bancas. E sempre há um brasileiro espertinho que envia alguns nos bolsos sem pagar.
Conclusão – quem viajou à Rússia ou ao Japão não é de classe baixa. Tem algum poder econômico. Uma passagem e estada nesses lugares não saem baratos, mesmo pagas em prestações. Então, passar vergonha não é privilégio dos mais pobres.
Por aqui a situação não é tão diferente. Basta ir a um restaurante popular em fim de semana para ouvir incontáveis Parabéns a você nesta data querida. Sempre acompanhados de uma algazarra sem limite.
É um quadro típico. Adultos falando alto, cantando, crianças correndo entre as mesas, e as simplórias mamães ocupadas com suas garfadas na pizza de rodízio. Há outras obviedades. Quando um grupo marca churrasco, a preocupação maior não é a qualidade da carne ou da cerveja. A primeira pergunta: quem vai levar o som?
Haja paciência dos vizinhos, obrigados a suportar tanto barulho, que aumenta na mesma proporção da bebedeira com cerveja barata e cachaça de alambique. O passar vergonha (frise-se, vergonha alheia) está nas roupas e nos calçados. E até nos carros, enfeitados com frases idiotas e sem sentido.
Fazer coisas sem noção está no motoqueiro que aproveita a madrugada para fazer com que os outros, que querem dormir, ouçam o ronco de sua CG caindo aos pedaços. Ou do motorista que dirige, na mesma madrugada, com música no último volume. Como se todos fossem obrigados a ouvir a mesma porcaria.
Há quem diga que o brasileiro precisa ser estudado. Ledo engano. Muitos precisam ser lobotomizados. Quem sabe, introduzindo num crânio vazio um cérebro de galinha passem a se comportar de maneira mais civilizada.

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