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sábado, 20 abril, 2024

Valores subvertidos

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Nunca os valores estiveram tão subvertidos, invertidos como agora. O trabalho, que sempre dignificou o homem, hoje é demérito. Estudar é perder tempo – de que adianta saber o resultado da Revolução Francesa? Para que serve uma equação matemática, ou a Tabela Periódica?
Este é o pensamento atual. Incentivado pela esperteza de alguns governantes. O Ministério da Educação, por exemplo, publicou uma cartilha há alguns anos afirmando que o importante é ser entendido. Falar “nóis vai” em vez de “nós vamos” estaria valendo. O ex-presidente presidiário, outro mau exemplo, se gabava de não ter estudado.
Fraudar a Previdência Social sempre foi crime. Foi. Hoje é sinônimo de esperteza. Trabalhar para que, se é possível conseguir um atestado e receber pensão como inválido? Malandramente, operários e maus advogados conseguiam arrancar grandes indenizações de empresas com mentiras, horas extras que nunca existiram, direitos subjetivos.
A Reforma Trabalhista atenuou essa indústria. Hoje, reclamação sem pé nem cabeça na Justiça do Trabalho se volta contra o reclamante. Que precisa pagar tudo. E de quebra ainda pode tomar outro processo por litigância de má fé. Pelo menos essa Reforma serviu para alguma coisa.
Desde que existe o mundo, família foi entendida como um casal e seus filhos. Hoje não é bem assim. Sinal dos tempos. Mulheres formam casais. Homens formam casais. Animais, que consideramos irracionais, continuam na fórmula antiga, de macho e fêmea.
Igrejas tinham uma finalidade específica – a palavra de Deus. E palavra ou ensinamento independentes das denominações. Hoje há muitas igrejas cujos pastores têm outra finalidade – o enriquecimento à custa da ignorância alheia. Basta dar uma olhada na TV, nos programas onde milagres acontecem corriqueiramente, onde cegos enxergam, onde deficientes abandonam suas cadeiras de roda. Puro teatro. Bem pago, por sinal.
Quem trabalha nesses dias apocalípticos é considerado burguês. Ter carro é sinônimo de burguesia. Quem não trabalha, via de regra, toma o carro, o celular, o dinheiro e o que mais puder da burguesia. Sabe que não acontece nada. Que a lei é falha, caolha, inócua.
Recentemente, num dos programas do mundo cão, um repórter entrevistou um preso. E perguntou o que ele faria quando saísse da prisão. “Vou assaltar de novo”. E justificou: “nóis não tem cordão de ouro, não tem celular, não tem carro. Nóis vai pegar tudo desses burguês”. Infelizmente, é a filosofia de vida de muita gente.
Idosos continuam sendo desrespeitados em todos os lugares. No transporte coletivo, nos estacionamentos, nas filas de bancos. Os próprios bancos, por sinal, pregam o desrespeito. A norma é atendimento preferencial para gestantes, idosos e deficientes. Prioritária. Mas os bancos inventam um caixa só para esse público. E nada acontece.
O Código de Trânsito determinou, desde 1998, o tamanho das lombadas. Não adiantou nada. Em todas as cidades não há uma lombada sequer dentro desses padrões. Cada vereador manda construir a lombada, ou a muralha, do tamanho que bem entender. Um péssimo exemplo.
Onde vamos chegar ninguém sabe. Como o mundo é cíclico, um dia isso deve acabar. Quem sobreviver – se é que alguém vai sobreviver – irá entender que tudo tem uma ordem no universo. Ir contra é no mínimo uma burrice imensurável. E desculpem-nos pelos arrufos.

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