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quinta-feira, 18 abril, 2024

Câncer de rim: apenas 10% dos pacientes apresentam sintomas clássicos da doença

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Um tema importante, mas ainda pouco conhecido dos brasileiros é o câncer de rim. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Nielsen em 2017 mostrou que menos de três a cada dez pessoas no Brasil têm informações sobre o diagnóstico, tratamento, causas e prevenção do câncer renal.
“O câncer de rim pode se manter oculto durante um longo período. Como o rim é um órgão que se localiza mais profundamente no abdômen, sintomas mais intensos e possibilidade de apalpação do câncer só ocorrem quando a doença está mais avançada, já com metástases, ou seja, invadiu outras partes do corpo”, explica a médica Maria Gabriela Rosa, do centro nefrológico Renal Quality, de Jundiaí. Segundo a nefrologista, apenas 10% dos pacientes apresentam os sintomas clássicos da doença, como dor abdominal, sangue na urina e massa palpável.
Outros sinais que podem indicar o problema e devem ser investigados são perda de peso, febre, cansaço, suor excessivo à noite e pressão alta. “A melhor forma de prevenir a doença é manter hábitos de vida saudáveis, alimentando-se adequadamente e estar atendo o próprio corpo”, diz Maria Gabriela.
Os cuidados devem ser redobrados entre as pessoas com hipertensão arterial, obesas ou fumantes, que têm maiores chances de desenvolver o câncer de rim, segundo a médica. A doença pode ser causada ainda por algumas síndromes genéticas raras ou acometer pacientes portadores de insuficiência renal em diálise e usuários crônicos de analgésicos e anti-inflamatórios não esteroides, entre eles o ácido acetilsalicílico e a dipirona sódica. Trabalhadores expostos a substâncias como cádmio, asbestos (amianto) e derivados de petróleo também têm maior risco.
Assim como é pequeno o nível de informação dos brasileiros sobre o câncer de rim, os dados nacionais sobre a incidência da doença também são escassos, uma vez que não está entre os tipos mais comuns no País. Embora o Instituto Nacional do Câncer (Inca) não disponibilize estatísticas específicas sobre esse tipo de câncer, dados mundiais mostram que a doença representa cerca de 3% das neoplasias malignas entre adultos.
 No Brasil, 6.255 pessoas receberam o diagnóstico da doença em 2012, segundo o relatório Globocan, da Agência Internacional para Pesquisa em Câncer, ligada à Organização Mundial de Saúde (OMS). Desse total, 3.761 eram homens e 2.494, mulheres.
Esse cenário de prevalência de casos entre o sexo masculino ainda se mantém, segundo a médica Maria Gabriela, e os homens têm quase o dobro de chance de desenvolver a doença. A faixa etária mais atingida vai da sexta a oitava década de vida, com idade média de diagnóstico próxima dos 64 anos.
A especialista explica que há vários tipos de câncer de rim, o mais comum é o carcinoma de células renais, que representa entre 80% e 85% dos casos. 
 O diagnóstico é feito por exames de imagem, como o ultrassom e a tomografia, e o avanço tecnológico tem permitido descobrir a doença cada vez mais cedo. “O aumento no número de casos diagnosticados a partir dos anos 90 está provavelmente relacionado ao acesso aos exames de imagem mais sensíveis na detecção de pequenos nódulos, como é o caso da tomografia computadorizada”, explica Maria Gabriela. “Se diagnosticado precocemente, o tratamento cirúrgico é curativo”, afirma.
Durante a cirurgia, o rim afetado pode ser retirado total ou parcialmente, dependendo do caso de cada paciente. As pessoas com apenas um rim têm uma vida normal e saudável.
Em relação aos transplantes, a especialista afirma que o ideal seria que todos os pacientes com indicação para o procedimento pudessem fazer a cirurgia o mais rápido possível para evitar o agravamento do quadro e o surgimento de problemas decorrentes, como por exemplo, os cardiovasculares, principal causa de mortalidade de doentes renais em hemodiálise.
Em setembro do ano passado, mais de 26,5 mil pessoas aguardavam por um rim no Brasil, a maior fila de espera por um órgão no País. De acordo com a nefrologista, houve um aumento no número de doações de rim em 2017, mas ainda muito modesto: de 3,2% de doadores falecidos e de 1% de doadores vivos.

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