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quinta-feira, 18 abril, 2024

Eles são mais animados (e perigosos)

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Viver nos Estados Unidos é no mínimo mais divertido. Americanos são carrancudos. Até parecem gente séria. Nós, por aqui, somos mais alegres. Mas é uma vida enfadonha. Não acontece nada de novo. Não fosse a Lava Jato, seria o marasmo. Não fosse nosso presidente, não haveria piadas.
Os americanos têm mais o que fazer. Lá qualquer maluco pode comprar armas e sair atirando. O chato é que alguns desses malucos resolvem atirar em multidões ou escolas. Por aqui, se pudéssemos comprar armas, a farra seria grande. Inocentes morreriam, mas a limpeza seria grande.
Os americanos têm um presidente doido de pedra. Que quer construir muro na fronteira, que incentiva professores a terem armas para abater atiradores malucos. Trump é notícia todos os dias. Nosso presidente também. Trump fala o que quer, o que pensa. O nosso pensa que pensa e acaba falando bobagem.
Eles comem lanches engordiet nas praças e jardins. Aqui quem faz isso é mendigo. E são ricos. Nós nos achamos ricos e vamos a restaurantes. Lugares onde somos maltratados por garçons mal educados. E esfolados na hora de pagar a conta. Eles não. Estão vacinados contra a exploração. Preferem explorar.
Para animar o povo, presidentes americanos sempre arrumam uma guerrinha. Nem que seja longe, como o Afeganistão ou Vietnã. Por aqui, marasmo total. Nem o Paraguai pensamos em invadir. Nem a Bolívia, que nos tomou uma usina de gás e petróleo no grito. Nem as Guianas, que se defendem com estilingues.
Americanos, tal qual seu presidente, têm seitas malucas. Daquelas que promovem suicídio coletivo. Aqui nossos pastores matam seus fiéis aos poucos, extorquindo o dízimo, empobrecendo ainda mais nossos pobres coitados.
Americanos gostam de carrões. Carrões insaciáveis. Esbanjam petróleo, pensamos. Nós, que somos o povo mais espertinho do mundo, usamos carros mil, que dizem ser econômicos. Mas lá os carros andam. Aqui ficam parados em congestionamentos, se arrebentam em ruas esburacadas e se acidentam por falta de sinalização. Acabam gastando mais que os carrões.
Americanos não pagam IPVA. Nas estradas, a lei é igual para todos. Aqui é diferente. Quem tem dinheiro voa nas estradas. Sempre há um despachante que consegue tirar os pontos da carteira de habilitação. Sempre há um fiscal corrupto para esquecer a multa. Mas se pudéssemos comprar tantas armas como eles boa parte desses despachantes e fiscais estaria sete palmos abaixo da terra.
Americanos fazem de qualquer assalto à mercearia um espetáculo. Helicópteros, um sem número de viaturas e policiais que atiram para matar. Aqui, no máximo duas viaturas, quatro soldados proibidos de atirar por alguma comissão de direitos humanos.
Lá, deputados e senadores não poupam seus políticos quando o governo erra. Por aqui, correm buscar uma propina para calar a boca. Por lá, presidentes morrem por conta das armas vendidas livremente. Abraham Lincoln foi o primeiro. Depois vieram James A. Garfield (assassinado seis meses após sua posse), William McKinley e John Kennedy.
Nove presidentes sobreviveram a atentados à bala. Por aqui, um único presidente morreu. E morreu porque quis. Se matou. Getúlio Vargas, em 1954. Realmente, a coisa por lá é bem mais perigosa. E bem mais animada.

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