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sábado, 20 abril, 2024

Chega de violência

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A Campanha da Fraternidade deste ano é de combate à violência. Nada mais oportuno. Não que bispos e padres resolvam os problemas expostos diariamente pela mídia, mas pelo menos despertam a atenção para o problema. Problema agravado por outro maior ainda – a divulgação em quase todos os meios de comunicação de crimes, acidentes, fotografias de gente morta e tragédias familiares.
As redes sociais são pródigas no assunto. Parece haver uma obsessão por esse tipo de notícia, divulgada sem qualquer critério. Emissoras de televisão mantêm programas especializadas no mundo cão. E sempre com boa audiência. Há um prazer sádico entre os ignorantes em ver esse tipo de coisa.
Se o ditado “Violência gera violência” é válido, também o é um derivado: divulgação de violência gera mais violência. Tanto é verdade que muitos crimes estão banalizados. Tornaram-se tão comuns que ninguém mais se abala quando acontecem. Namorados que matam suas parceiras, explosões de caixas eletrônicos, acidentes escabrosos com fotografias e vídeos de corpos expostos.
Se alguém publica é porque existe público para isso. Mas, que tipo de público? Certamente o público formado por ignorantes, sádicos, anormais, psicopatas e gente sem qualificação. O que é melhor? Ler notícias sobre avanços científicos, sobre melhorias para uma cidade, sobre mudanças em textos legais ou ver gente morta, despedaçada? Ou ver bandidos da pior espécie sendo fotografados numa delegacia de polícia?
Grandes empresas não anunciam nesses programas e jornais. Evitam associar sua marca e sua imagem à desgraça. Restam as mambembes, populescas, de péssimo gosto. As grandes preferem programas de nível um pouco melhor – se é que existe nível na TV aberta.
Criticava-se, há muitos anos, o sensacionalismo de Gil Gomes e Afanásio Jazadji em programas de rádio. Gil Gomes dramatizava crimes. Afanásio era mais agressivo. Perto do que se mostra hoje ao público podem ser considerados freiras. Não foram eles que banalizaram a violência, mas ajudaram.
Não devemos ignorar a violência. Mas não devemos incentivá-la com sua divulgação, seja em redes sociais seja assistindo TV ou alimentando jornais que dão guarida ao assunto. O apelo exige atitudes simples – basta ignorar. Ao abrir página em Internet que traga esse tipo de notícia, basta mudar. Ao apanhar um jornal com banho de sangue, basta devolvê-lo. Ao sintonizar um canal de TV com desgraças no atacado, é só mudar de canal.
E há outras questões. Como começar o dia? Lendo um jornal que só traz desgraças ou outro que possa ser mostrado à família? Assistindo a programa de TV comprometido com a seriedade da informação ou outro que só mostra acidentes, crimes, traficantes e tiroteios? É bom lembrar que o SBT dedica as madrugadas para o festival de sangue.
E também o informativo matutino da Record é outro amontoado de crimes. Quanto aos jornais e redes sociais, basta dar uma espiada. Escolher viver bem, começar o dia com o espírito em paz é só uma questão de inteligência. Coisa que falta para muita gente.

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