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sexta-feira, 19 abril, 2024

A fome do rato

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Em termos de voracidade, levando em conta seu tamanho, o rato é um campeão. Come de tudo e por onde passa deixa seu rastro de desgraças. Estima-se que haja 15 ratos para cada habitante, descontados os de Brasília. O rato não perde uma oportunidade sequer de se alimentar – sentiu cheiro de comida, já era.
Pois bem. Desde que o Uber passou a operar no país, alguns governos viram no trabalho alheio uma forma de arrecadar mais. Não só o Uber – há mais aplicativos de transporte funcionando, e bem. Mais baratos e melhores que os taxis, ganharam a preferência do público. Dependendo do horário e dia de semana, uma corrida de Uber sai pela metade do preço de uma com taxi.
A Prefeitura de Belo Horizonte não perdeu tempo. Além de regulamentar o serviço (algo esperado e lógico) tratou de colocar imposto de 1% sobre as corridas do Uber. Traduzindo: resolveu ganhar dinheiro sem trabalhar, como parasita de quem trabalha.
Não é fato novo. O governo tem apetite maior do que os ratos. O Imposto de Renda é um caso típico. Para a Receita Federal, salário é renda. Ninguém escapa, e se possível, o imposto é descontado na fonte. É o típico exemplo de parasita: todos trabalham, o governo arrecada. Sem dar nada – ou quase nada – em troca.
Acresça-se ao Imposto de Renda outros impostos. Venda de imóvel, por exemplo, tem o “Imposto de Transmissão de Bens Intervivos”, ou ITBI. Mais uma vez, o governo quer lucrar em cima de um negócio alheio. Se alguém fizer um muro em sua casa, precisa pagar INSS. Tudo tem imposto. Numa conta de R$ 60 de restaurante, quase R$ 20 são impostos.
Justificam os políticos que os impostos são necessários para manter os benefícios funcionando. Quais benefícios? Coitado de quem não tem previdência privada. Coitado de quem não paga plano de saúde. Pobre da empresa que não tiver segurança particular. Pobre de quem estuda em escola pública – pelo menos na maioria delas.
O que se viu até agora, atestado e provado, é que boa parte do dinheiro dos impostos está enriquecendo uma meia dúzia com a cesso a contratos do governo. Enriquecendo de forma desonesta, corrupta, criminosa. E essa media dúzia, quando cai na unha da Justiça, é condenada. Mas poucos devolvem o dinheiro.
Neste ano, quando haverá eleições, o desfile de promessas deverá ser gigantesco. Muitos dirão que sua luta será por melhorias em Educação, Transportes, Saúde, Segurança. Muitos prometerão o paraíso aos eleitores. O horário eleitoral gratuito deverá ser um circo e tanto. Um espetáculo non sense.
Mas é bom lembrar que boa parte desses promessinhas de TV, arautos de tempos melhores, não passam de ratos, de formas e tamanhos variados. E como ratos, não abandonarão jamais seu apetite. Que ninguém se iluda – rato sempre será rato, não importa a fantasia. Ou o partido.

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