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quinta-feira, 28 março, 2024

Marcão Borracheiro é o mais antigo de Jundiaí

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Na profissão desde os 17 anos, Marcão ficou com a borracharia que era do pai, e hoje é o mais antigo da cidade
Pensa num cara que já trocou pneu de Lambretta, Vespa, Gordini, Simca Chambord, caminhão Chevrolet Brasil… É Marcos Antonio Ribeiro Dantas, o Marcão Borracheiro, um dos mais conhecidos e seguramente o mais antigo de Jundiaí.
Aos 61 anos, não sabe quando vai parar e nem quem vai ficar com a borracharia se precisar dela se retirar – Marcão não tem filhos. Os 44 anos de trabalho, no mesmo lugar, lhe deu, além de alguns calos na mão algum conforto financeiro – a casa onde mora, carro, caminhão, viagens e suporte para suportar um prejuízo gigante em 2000. Sobreviveu.
Com 17 anos já ajudava o pai Arlindo na borracharia da rua José Linhares esquina com a Carlos Gomes, no Jardim Danúbio. Aos 18, quando se alistou no Exército, o pai morreu. A mãe chamou os irmãos e quis saber quem ia tocar o negócio. Alberto e Arlindo Filho toparam, mas logo casaram e a borracharia ficou com Marcão.
Os tempos eram outros. Pneus, todos com câmara. Nada de máquinas para montagem ou desmontagem. Um ou outro macaco hidráulico. “Era tudo na base da força, do feijão”, lembra Marcos.
Bem humorado, ele lembra do isolamento de sua borracharia, antes procurada por muitos caminhoneiros. Em frente, por exemplo, hoje existe um condomínio – dois prédios prontos e um em construção. Antes era uma chácara, da família Savietto. Asfalto era coisa rara. E nesses 44 anos ele viu muitas empresas surgirem e crescerem (nem todas) na rua Carlos Gomes.
No frio cai o movimento, que um dia foi bem melhor – Marcão chegou a ter 12 funcionários, hoje tem apenas um. Os pneus também mudaram. Não usam mais câmara, o composto da borracha é mais resistente e os caminhões se tornaram raros em sua borracharia, reflexo da saída de muitas empresas da cidade.
A cidade mudou. Em sua juventude, não havia avenidas como a Nove de Julho, a Imigrantes e a 14 de Dezembro. Shoppings, nem pensar. Mas isso não impressiona o mais antigo borracheiro, nascido em casa, na Vila Joana, perto do Jaú FC e que aos três meses de idade se mudou para a Carlos Gomes.

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