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quarta-feira, 24 abril, 2024

Editorial: A tal pílula do câncer

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Desde que cientistas da Unicamp criaram um remédio que se afirma curar o câncer, instalou-se uma polêmica e tanto, incentivada, certamente, por laboratórios interessados em manter seu monopólio – e consequentemente seus lucros. Questionou-se tudo, houve pressão e o governo liberou a tal pílula. Mas agora sua comercialização está suspensa. Não pode mais.
O que significa tudo isso? Significa, primeiro, que a Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, responsável por liberar oficialmente qualquer produto farmacêutico, é controlada pelos grandes laboratórios. E segundo, que esses grandes laboratórios têm mais influência do que se imagina em decisões do tipo.
Sabemos que a Medicina não é exatamente o mar de rosas apregoado em canto e verso, e que o juramento de Hipócrates é só uma formalidade na hora da formatura. Sabemos também que os laboratórios ganham rios de dinheiro com seus remédios, feitos para serem consumidos a peso de ouro, e não para curar os males.
Que seja respeitada a inteligência dos cientistas brasileiros, mas será que em outros países, avançadíssimos em relação ao nosso, ninguém teve idéia parecida? Será que esses grandes laboratórios, como sede na Suiça, Alemanha ou Estados Unidos, não sabem como curar câncer ou Aids? Devem saber.
Mas pra que curar se o paciente pode pagar pelo remédio a vida inteira? Então, mais lógico, do ponto de vista dos negócios, fabricar algo que prolongue a vida e que torne esse paciente um dependente desse laboratório. Se der algo que cura, adeus lucro. A fome de lucro dessa gente é enorme. Basta lembrar que quando o então ministro da Saúde José Serra criou o genérico, a chiadeira foi enorme.
Há quem diga que os remédios caros são dados pelo governo. São mesmo. Mas o dinheiro sai do bolso de todos e vai para um único bolso, o do laboratório. O dinheiro faz uma união quase perfeita, a da Medicina com a indústria farmacêutica. Todos têm sua parcela de culpa. Se a pílula criada na Unicamp funciona ou não só o tempo vai dizer. Então, por que não tentar?
Um exemplo conhecidíssimo dessa safadeza é a do ex-piloto de Fórmula 1 Michael Schumacher. Ele sofreu um acidente enquanto esquiava em 2013, foi levado para um hospital em estado de coma. Passou um ano em hospitais, e desde 2014 sua recuperação é feita em casa. Teoricamente ele está morto, mas a Medicina continua extorquindo a família. Enquanto ele tiver uma veia para se colocar um catéter e dinheiro para isso, vai continuar “vivo”.
Se alguém duvida, basta comparar  – e se Schumacher tivesse pouco dinheiro e precisasse de um hospital publico, estaria vivo? Laboratório são idênticos. O dinheiro está acima de qualquer questão humanitária. E Hipócrates? Que ele descanse em paz.

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