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sexta-feira, 29 março, 2024

Juvenal: gostaria de encontrar a cidade como vou deixá-la

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O prefeito de Várzea Paulista fala do quanto é difícil administrar uma cidade cheia de dívidas e problemas que aos poucos foram sendo superados. Juvenal quer deixar um bom legado
Juvenal Rossi, o mais cristão dos prefeitos do Aglomerado Urbano, foi vereador e candidato a prefeito mais de uma vez. Em 2012 conseguiu se eleger, e no dia 1º de janeiro de 2013, quando tomou posse, sentiu na pele o tamanho do abacaxi. Agora, quase três anos depois do susto, faz um balanço do seu trabalho.
“Nós encontramos a Prefeitura de um jeito que não queríamos – conta ele. Tínhamos o lixo na porta das casas e jogado em frente à Prefeitura, pois há 15 dias não se fazia coleta por falta de pagamento; encontramos dívidas de R$ 25 milhões, e um déficit previdenciário de R$ 32 milhões (dívidas com o fundo de previdência dos funcionários públicos) e ainda, pra ajudar, mais R$ 4,5 milhões de convênios não cumpridos, com dinheiro repassado pelo governo federal”.
O dinheiro dos convênios havia sido usado em outras coisas pelo governo anterior, e aí Juvenal ficou num dilema – ou devolvia os R$ 4,5 milhões, que já estavam gastos, ou tocava as obras que se destinavam. “Foi um momento muito difícil – diz ele – e então colocamos Deus à frente e pedi ajuda a todos para tocar a cidade. A partir daí passamos a negociar com credores, parcelamos algumas dívidas, e hoje, quase três anos depois, estamos chegando numa situação até favorável, perto daquilo que foi encontrado”.
O desafio dos convênios foi superado. O caso da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) é o exemplo típico. “Para Várzea poder continuar recebendo verbas e firmando novos convênios, foi preciso devolver os R$ 4,5 milhões – explica Juvenal. É como se alguém comprasse numa loja e não pagasse, e depois tentasse comprar em outra. Não ia conseguir, pois o nome está no SPC, no Serasa. No caso da Prefeitura, o nome vai para o Cadin (Cadastro de Inadimplentes)”.
Voltando à UPA. “Várzea havia recebido R$ 1,5 milhão do governo federal para construir a UPA. Quando assumi, em janeiro de 2013, não havia nem dinheiro nem UPA, pois havia sido gasto em outras coisas. Resolvemos tocar com recursos próprios o hospital, e logo vamos entregá-lo”, conta Juvenal.
Há outros casos do tipo, como a Unidade de Saúde do Jardim Cruz Alta, já entregue, a creche do Jardim Itália, em construção, e outras duas creches e convênios menores. Quanto aos credores, a história foi outra. “Boa parte dos credores compreendeu nossa situação, diz Juvenal. Já pagamos dez milhões, mas faltam alguns ainda”. Juvenal conta ainda que no começo havia dívidas imediatas, com prazo de três dias, com médicos, hospitais e remédios. “Como você pode começar administrar uma cidade com tudo parado?” pergunta.
E não era só isso. Juvenal conta que precisava de pneus para ambulância e combustível. “E ninguém queria vender para a Prefeitura”. Até férias de professores e recisão de alguns funcionários não haviam sido pagos. Para limpar a cidade – jardins, praças, escolas – por exemplo, empresas locais emprestaram equipamentos, como roçadeiras. Agora Juvenal quer quitar as dívidas – vai chamar os credores e novamente negociar – e quem der o melhor desconto vai receber.
E durante esse tempo Juvenal não parou. Está recapeando as ruas, evitando as operações tapa-buraco. “Temos uma malha viária muito judiada, diz ele. Algumas ruas porque foram mal feitas, outras por falta de drenagem, outras pelo tempo em que foram feitas. Não adianta tapar um buraco, pois no dia seguinte vai aparecer outro bem perto. Assim, já recapeamos 113 ruas”.
Na Vila Real, a Prefeitura atacou o problema, e agora já entrega alguns títulos de posse. “Vamos entregar 180 escrituras em duas quadras, vamos construir o centro comunitário e vamos colocar toda a infraestrutura naquele lugar, diz Juvenal. Acredito que até o final do meu mandato a Vila Real se torne um bairro de fato”.
Várzea credita o problema da falta de água – já resolvido – à ocupação desordenada a partir da década de 1970. “A cidade foi ocupada de forma desordenada, e não investiu em seu abastecimento”. Isso causou algumas crises no passado. Em 1998 a Sabesp assumiu o abastecimento. Em 2013 Jundiaí socorreu a cidade nos momentos críticos, e no ano passado, quando foi registrada a maior seca dos últimos 84 anos no Estado de São Paulo, Várzea não teve falta de água. “Mas isso foi demorado e houve colaboração de outras cidade. Tivemos autorização para retirar 100 litros dágua por segundo do Rio Jundiaí”, conta o prefeito.
Agora a história é outra, e Juvenal está pensando nos próximos anos. Para isso, pretende construir uma represa perto da Marginal do Rio Jundiaí. “Estou tentando a licença junto ao proprietário, pois lá existe uma mina que dá 22 litros por segundo. A idéia é formar uma represa e depois construir um parque, aos moldes do Parque da Cidade de Jundiaí”, explica Juvenal.
Resolvido o problema da água, um fator limitador, Juvenal comemora a vinda de novas empresas. Só o fato de retirar o esgoto do Córrego Bertioga já trouxe o McDonalds. “Agora deveremos receber um shopping, um atacadista e um novo supermercado, além de outros pequenos negócios”. A hora que tudo estiver pronto, serão mais mil empregos diretos.
Sobre reeleição: “Difícil dizer se sou candidato à reeleição, pois tenho certeza que o amanhã a Deus pertence. Adoraria pegar uma cidade do jeito que vou deixar, porque não desejo pra ninguém pegar uma cidade como peguei, mas repito que essa decisão vai ficar lá pra frente, e deve acontecer por ação de Deus. Mas confesso que adoraria ser prefeito de uma cidade tal qual vou entregar”, finaliza.
O prefeito de Várzea Paulista Juvenal Rossi fala das dificuldades que encontrou ao assumir a cidade, do seu trabalho e dos planos para o futuro.

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