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quinta-feira, 28 março, 2024

Justiça cega, surda, muda e paralítica

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Pessoas conscientes estão ainda atônitas com tudo o que aconteceu nessa campanha eleitoral, a se encerrar no domingo, dia de votar. Solenemente desrespeitada, a Justiça não se mexeu para impor respeito e fazer valer suas determinações. Sentenças e pareceres morreram no nascedouro. E a vida seguiu normalmente.
O PT deu um mau exemplo sem tamanho quando insistiu na candidatura do presidiário Luiz Inácio Lula da Silva. Inelegível sob todos os aspectos, o partido manteve seu discurso. A senadora Gleisi Hofmann foi o arauto da anarquia. Discursou como quis. Ofendeu os tribunais como jamais havia acontecido na história do nosso país. Hoje é conhecida como Narizinho. Poderia ser Linguaruda.
Outros candidatos, também barrados pela Justiça Eleitoral, falaram o que bem entenderam sobre ministros e juízes. Nada aconteceu. Quando o PT entendeu que seu mais conhecido integrante, preso por corrupção, não poderia mesmo concorrer às eleições, trocou de candidato.
Então veio a proibição da Justiça – o presidiário não poderia participar da campanha eleitoral. Letra morta. O ex-presidente apareceu em fotos, áudios e vídeos pedindo votos para os candidatos de seu partido. Mais uma vez, nada aconteceu.
Mas há outras questões. Não se entende porque a Justiça foi tão desrespeitada. Mas talvez se entenda porque foi tão conivente. O ministro Ricardo Lewandowski (o próprio) autorizou o jornal Folha de São Paulo entrevistar o ex-presidente na cadeia. Uma entrevista onde certamente ele falaria o que bem entendesse, e que seria publicada dias antes das eleições. Provavelmente na véspera.
No mesmo dia, um outro partido acionou a Justiça. E então outro ministro, Luiz Fux, suspendeu a liminar que Lewandowski havia concedido. Estranha situação. Talvez fosse o caso de outros jornais pedirem, dentro do princípio de isonomia, entrevistas com Marcola, o chefe do PCC, e com Fernandinho Beira-Mar. Ambos presos. Só não se candidataram porque não são filiados a partidos políticos. E filiação é condição essencial para alguém se candidatar.
 
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Condenados por corrupção, desvios de verbas públicas, lavagem de dinheiro e outros crimes continuam soltos. E por ordem da Justiça. Um exemplo é José Dirceu. Alega-se que há possibilidade de recursos. Há, de fato. E se existem é porque os políticos jamais mudarão leis que amanhã poderão atingi-los. A filosofia é mais ou menos esta: o deputado de hoje pode ser o réu de amanhã. Melhor deixar como está.
Não deu para entender também como a Justiça Eleitoral aceitou o registro de pesquisas feitas em 100 ou 200 cidades, como se esse eleitorado fosse a tendência do país inteiro. País que tem mais de cinco mil cidades. A conclusão é que, além de cega, a Justiça está mesmo surda, muda e paralítica.

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