Gustavo, o herói de quase 48 mil votos

O presidente da Câmara de Jundiaí, vereador Gustavo Martinelli, foi candidato a deputado estadual. Não se elegeu, mas terminou o domingo como um gigante e herói – conseguiu 47.812 votos. Sem dinheiro e sem estrutura.
Mesmo fora, Martinelli afirma respeitar o resultado das urnas: “é a manifestação dos eleitores”, afirma. Na sessão de Câmara de terça passada (9), Gustavo fez um desabafo meio contido. Mas foi um desabafo, com algumas indiretas.
Citou o fato de não contar com dinheiro do Fundo Partidário, enquanto outro candidato teve 600 mil reais de dinheiro público na campanha. Não citou nome, mas foi uma referência explícita ao vice-prefeito Antonio de Pádua Pacheco, também candidato a deputado estadual. Falou que contou somente com o trabalho da família e de amigos, e lembrou que a família de sua mulher, oriunda de Bonifácio (interior paulista) conseguiu 200 votos para ele naquela cidade.
No mesmo discurso, Gustavo afirmou não ter contado com a máquina. Outra referência à administração, que teria apoiado Pacheco. E deixou claro que não era um muro de lamentações o que fazia. Foi aplaudido e apoiado pelos demais vereadores – alguns trataram de dar nome às insinuações de Gustavo.
Vereador mais votado da história de Jundiaí (mais de sete mil votos) e agora dono de um cacife respeitável (quase 48 mil votos), Gustavo vive seus dias de herói – já tem partidos fazendo convites para que deixe o PSDB. E, por causa do quociente eleitoral, 17 deputados estaduais com votação inferior à sua foram eleitos. Coisas de Brasil.