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quinta-feira, 28 março, 2024

Chega ao fim no domingo a epopéia de 3.906 candidaturas

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Às cinco horas da tarde de domingo, 7 de outubro, termina de fato uma das campanhas eleitorais mais mornas e insonsas de todos os tempos. Novas regras dificultaram a coleta de dinheiro, a propaganda; e o desinteresse do público pela política ficou mais que latente. Não fossem os showzinhos do PT e os rompantes de Bolsonaro teria sido uma campanha indiferente.
Pode se dizer que foi uma epopéia – algo classificado como épico – o que muitos candidatos fizeram nas últimas semanas. Como sempre, apareceram os folclóricos, os de promessas impossíveis, os milagreiros e os oportunistas. Como sempre também, candidatos do tipo têm eleitores em todas as cidades.
Vota-se por simpatia. Vota-se a pedido de amigos ou da família. Vota-se pela beleza do candidato. Vota-se por acreditar que tudo o que tal candidato afirmou na TV seja verdade. Outro engano. A mentira foi a grande estrela dos programas eleitorais gratuitos. Mentiu-se sobre todos os assuntos. E para todos os problemas houve soluções que jamais serão adotadas.
Os candidatos estão assim distribuidos: 20 concorrem ao Senado – e neste ano dois serão escolhidos; 13 querem ser governador; 2.174 querem ser deputado federal, e 1.686 querem ser deputado estadual. O problema é que o funil é muito estreito: para deputado federal são 70 vagas, e para estadual, 94.
Se fosse um vestibular, seriam 31 candidatos por vaga a federal e 18 para estadual. Razoável até. Razoável se não fossem os pangarés, que mal terão votos em suas famílias. Mais razoável se não houvesse gente concorrendo pendurado em liminar da Justiça por ter sido enquadrada em ilícitos, principalmente a Lei da Ficha Limpa.
A região tem candidatos de sobra. Candidatos para todos os gostos e ideais políticos. Mas os mais de 1,6 mihão de eleitores das 19 cidades abrangidas por este jornal ainda têm péssimos hábitos. Um deles é votar em candidatos de outras cidades, distantes; outro, de acreditar em promessas; e o pior de todos, votar em figuras folclóricas e improdutivas. Se alguém pensou no palhaço sem graça acertou em cheio.
Políticos mais experientes explicam o porquê de se votar em candidatos próximos, moradores de cidades situadas nessa região. Diz um deles: “O candidato mora na cidade e você pode encontrá-lo. Se morar numa cidade vizinha, certamente terá um escritório político, onde você pode cobrar ou até descarregar sua ira. Por fim, você conhece a pessoa, sabe de qual família ela vem. Não é um voto no escuro”.
Outro experimentadíssimo político, já fora de cena, cita o exemplo de determinado candidato: “Conheço o sujeito há muitos anos e ele nunca mudou o número de seu telefone de casa ou do celular. Quando é procurado, é achado”. Tem razão esse político. Ou algum eleitor do palhaço sem graça conseguiu falar com ele depois da eleição?
 
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Não votar é pior ainda – quem falta não tem direito de reclamar. A chance está lá – basta fazer sua escolha. Um só voto pode representar a diferença. Um voto de cada um dos recalcitrantes ou indecisos pode mudar uma eleição. Votar nulo demonstra insatisfação, mas não resolve o problema. Votar em branco é o mesmo que dizer “tanto faz quem for eleito”.
No domingo os paulistas conhecerão seus novos representantes, que, espera-se, representem de fato seus eleitores. Será muito decepcionante saber que gente oportunista, vinda não se sabe de onde, tirou dos moradores da região a chance de alguma melhoria. Depois das cinco horas da tarde, a epopéia estará terminada.
Na segunda-feira (8), começa outra. Não a de possíveis segundos turnos. Mas daqui a dois anos haverá outras eleições. Serão escolhidos prefeitos e vereadores. Começará então outra epopéia. Por incrível que pareça, mais penosa e mais difícil. Mas épicos são assim mesmo.

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