Oh barulho do cão! @#*%! Essa sonzeira já virou mania em cinco mil cidades tupiniquins. Exceto no Rio de Janeiro, cuja guerra deixou o carioca surdo, o barulho está em todo lugar. Além de surdez, o excesso de ruídos causa ataques do coração e até burrice mesmo. É o mau gosto que o futuro surdo tem de turbinar seu carro podrão e sair por ai parecendo uma quermesse, entupindo os ouvidos alheios. Sou a favor do Faouaz Taha: tem de acabar com esta mania idiota de soltar bombas (aqui não é o Rio e nem estamos em guerra). Coitados dos cães.
Silêncio é ouro. Silêncio já. Voto no candidato que prometa acabar com os batidões; que proíba motos de escapamento aberto; que multe sertanojos com carros tunados; que guinche o mano que toca funk acima dos 100 decibéis. E que os pais de criança com fone de ouvido sejam chamados no Conselho Tutelar. A poluição sonora está relacionada a uma série de doenças, desde zumbidos e comprometimento da audição a insônia, dores de cabeça, estresse e hipertensão arterial, segundo a ONG Saúde Auditiva.
Outro dia, uma cooperativa de Jundiaí estava selecionando jovens para o primeiro emprego. Dos cento e poucos que passaram nas avaliações, metade foi barrada por surdez! Pode isso? Nossos jovens estão ficando surdos. E não estamos no meio do tiroteio. É buzina, sirene, reforma, caminhão dando ré, construções, alarme de carro sem seguro, música alta, eletrodomésticos e as malditas motos. Quanto mais pobres ou velhas, mais barulhentas. É por isso que existem três tipos em cima das motos. Os motoboys (infratores), os motoqueiros (barulhentos) e os motociclistas (cidadãos).
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A Saúde Auditiva divulgou esta medição do barulho por decibéis: duas pessoas falando baixo: 30; som numa sala sem crianças e sem aparelho de som: 50. Rua movimentada chega a 80; rua com duas motos 85 e com três motos 90 decibéis. Fones de ouvido com volume na metade, 95 decibéis. Carro com sonzão, 100 e baile funk ou show de rock metal, 105. Na pista ao lado de um jato ou fórmula um, 140 decibéis. Veja mais em www.saudeauditiva.org.br. A intensidade de som considerada segura para o ouvido humano é de até 85 decibéis (dB) – nível médio alcançado em uma avenida movimentada.