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sábado, 20 abril, 2024

Cuidados com os rins devem começar na infância

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Silenciosa, com sintomas que na maioria das vezes demoram a ser percebidos, a insuficiência renal é uma doença que também atinge crianças e adolescentes. A precocidade no diagnóstico e acompanhamento médico é fundamental para evitar que o problema se torne crônico e chegue à perda total das funções dos rins, levando à necessidade de tratamentos mais complexos, como a hemodiálise ou transplante de órgão. A identificação de fatores de risco ainda na infância também pode ajudar a evitar a evolução da doença na vida adulta e outras complicações, como problemas no coração.
O número estimado de pacientes em diálise no País, segundo o último inquérito da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), passa dos 122 mil e 1,2% deles são crianças e jovens. A maior fila de espera para transplante pediátrico é a de rim: 364 aguardavam um órgão em junho, de acordo com dados do Registro Brasileiro de Transplantes, divulgado este mês pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos.
“Se a criança fica desidratada facilmente, cresce mais lentamente, urina com muita frequência, tem sede excessiva, infecções urinárias de repetição ou apresenta inchaço no corpo, é preciso ficar atento e procurar um médico. É muito importante que os pais conheçam os sinais”, afirma a nefrologista Maria Gabriela Rosa, da Renal Quality. De acordo com a especialista, outros alertas são a anemia, anorexia, vômito e dor de cabeça frequentes, constipação intestinal, presença de sangue na urina, deformidades ósseas e malformações gastrointestinais e do pavilhão auricular.
Os rins são responsáveis por limpar o organismo, filtrando as impurezas do sangue, que depois serão eliminadas na urina, e por controlar o equilíbrio hídrico do corpo, retirando o excesso de água e sais. Além disso, contribuem na produção de vitamina D, essencial para absorção do cálcio e, portanto, para a saúde dos ossos; na formação dos glóbulos vermelhos, e na regulação da pressão arterial. Quando os rins entram em falência, os pacientes dependem de máquinas para fazer o trabalho de filtração do sangue ou do transplante de um órgão saudável.
“A chance de cura da insuficiência renal tem relação direta com a precocidade do diagnóstico e do início do tratamento”, ressalta Maria Gabriela. Exames de urina, de sangue e ultrassonografia podem detectar a doença em sua fase inicial. A médica recomenda solicitar o exame de urina 1 a cada período da infância. “Nos casos de retardo de crescimento, a pesquisa do equilíbrio ácido-básico é essencial. Exames mais específicos deverão ser realizados orientados pela suspeita das causas da doença”, afirma.
Detectado algum problema, é essencial o acompanhamento clínico com médico nefropediatra e a realização de exames periódicos para monitorar os resultados, além de manter uma dieta equilibrada; controlar o sal, os fatores de risco e a pressão arterial, e praticar atividades físicas.
Segundo a médica, estudos apontam que as doenças e malformações do trato urinário e as glomerulopatias – doenças que afetam os glomérulos, estruturas microscópicas dos rins que fazem a ultrafiltração do plasma do sangue – representam 60% das causas da insuficiência renal crônica entre crianças. Essas causas podem ser congênitas (ocorridas ainda no útero e relacionadas ao desenvolvimento do embrião e ao crescimento fetal), hereditárias (como as doenças policísticas) ou sequelas e complicações de infecções.
Identificar a presença de antecedentes familiares, prematuridade extrema, baixo peso ao nascer e a ocorrência das infecções urinárias de repetição, portanto, é uma forma de evitar ou retardar a progressão da doença.  Também é importante que as gestantes façam um pré-natal adequado, incluindo o estudo morfológico por ultrassom.
O tratamento é baseado na classificação da doença renal crônica, que vai de 1 a 5. Nos primeiros estágios, os pilares são a dieta, as medicações e uma vida saudável. No estágio 5, quando está em sua fase mais avançada, é preciso fazer a terapia de substituição renal (hemodiálise ou diálise peritoneal). “O benefício da terapia repercute no estado nutricional, permitindo o crescimento da criança dentro dos padrões apropriados e a prevenção de comorbidades em outros órgãos”, afirma a especialista.
Mesmo em diálise, diz Maria Gabriela, a criança não precisa abrir mão de brincar com os amigos, ir a festas, fazer esportes ou frequentar a escola: “Ela pode levar uma vida normal e preservar sua vida social e escolar. Os cuidados são comparecer às consultas, seguir as orientações dietéticas, usar corretamente as medicações e fazer as sessões de diálise”.
Como manter a saúde renal das crianças

  • Orientar uma dieta saudável
  • Controlar rigorosamente o uso do sal de cozinha e do açúcar
  • Ingerir água adequadamente
  • Estimular que a criança faça xixi a cada três horas
  • Realizar o processo de controle dos esfíncteres (desfralde) com técnica correta
  • Combater a constipação intestinal com alimentação rica em fibras e frutas
  • Evitar a automedicação, principalmente de anti-inflamatórios não hormonais
  • Tratar intercorrências e infecções precocemente
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