República de Cajamar é uma festa. Ninguém entende ninguém

Cajamar é uma cidade boa. Tem boas indústrias, habitantes que trabalham, mas a política é algo difícil de entender. Não passa um mês sem novidades. Depois de tantas confusões e tantos prefeitos, lá vão as novidades.
A primeira: a prefeita eleita em 2016, Paula Ribas, foi afastada pela Justiça, acusada de 27 crimes, muitos cometidos durante a campanha eleitoral. Em maio, ela tentou voltar à Prefeitura, mas o STF (Supremo Tribunal Federal) negou seu pedido.
Quem está exercendo o cargo de prefeita é a vice Dalete Oliveira. Mas está assim por causa de uma liminar, conquistada no dia 8 de maio. E isso depois de muitas idas e vindas. Mas a prefeita afastada, Paula Ribas, continua recebendo seu gordo salário: R$ 25 mil mensais. Ou R$ 3.368 a mais do que recebe o governador Márcio França. Ou ainda, R$ 7.052 do que recebe o prefeito paulistano Bruno Covas.
Dalete não está tendo vida fácil. Os vereadores (cada um com salário de R$ 10.100 mensal) já abriram um processo de impeachment de Dalete. Motivos:  infração político administrativa, ausência de publicidade dos atos da finança municipal, quebra da ordem cronológica de pagamento dos fornecedores e desatendimento da Lei Orçamentária.
 
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Dos pagamentos ela não tem como se explicar. Dalete pagou R$ 53.923.842,89 de dívidas, enquanto o Orçamento permitia pagamento de até R$ 6,5 milhões. Há ainda outra Comissão Especial de Inquérito instalada. Motivo: irregularidades na contratação da Insaúde, de forma emergencial, para tocar a vida do Hospital Municipal.
E tudo partiu da denúncia da Unisau, interessada na concorrência. A Unisau afirma que houve fraude, improbidade administrativa e até pedido de propina. Resumo da ópera: a Insaúde foi contratada, mesmo apresentando preços maiores.
Para mais gás nessa fogueira, há troca de acusações entre a Prefeitura e a Câmara. Segundo a Prefeitura, Eurico Missé, o presidente da Câmara, teria ocupado irregularmente o cargo. Difícil dormir com um barulho desses.