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sexta-feira, 19 abril, 2024

Está sobrando emprego

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Está faltando gente para trabalhar em todos os setores. Nos Estados Unidos, por exemplo, há necessidade urgente de 51 mil caminhoneiros. No Japão, talvez milhões de vagas estejam esperando um candidato. E quem tem sobrenomes cheios de Z, Y, K, pode se candidatar facilmente. Olhinhos puxados podem ser a garantia da vaga.
Só tem um problema – nesses lugares se trabalha de verdade. Não existe atestado médico por indisposição; não existe “compromisso inadiável”; não tem parada no trabalho para ver jogo da Copa do Mundo. Na Coréia do Sul, a exigência de qualificação é enorme. O país é um dos que mais investe em Educação em todo o mundo.
Se por lá há tantas vagas sobrando, por que aqui elas estão em falta? Há muitas explicações, consequência de décadas de atraso, burrice e políticas tortas. Getúlio Vargas, quando ditador, inventou o salário mínimo. Boa era a intenção, pior é seu uso.
Hoje, sucessivos governos promovem aumentos no salário mínimo. Acenam como benefício ao trabalhador. Pura balela. O governo só aumenta sua arrecadação quando aumenta o salário mínimo. Um desconto de 10% de INSS num salário de R$ 800 é igual a R$ 80. Mas 10% de R$ 1.000 tornam-se um desconto de R$ 100. E quem paga o salário é o empresário, não o governo.
Há alguns anos, todo mundo trabalhava de segunda a sexta, e ainda nos sábados até o meio-dia. Hoje, encontrar alguém que queira trabalhar de sábado é quase uma heresia – exceção ao comércio. Há lugares onde pessoas cumprem rigorosamente o horário. Nem um minuto a mais. Há uma cultura de exaltação à vagabundagem, ao comodismo.
Olhando para o passado, notamos que nossos avós, imigrantes, chegaram sem nada. Tiveram vida difícil, mas trabalharam e venceram. Milhares de italianos calejaram suas mãos nas lavouras, nas construções. Milhares de portugueses e espanhóis passaram anos num balcão de comércio, com a família, lutando para melhorar a vida. Japoneses então… receberam a piores terras, e delas fizeram as melhores lavouras.
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E hoje? Trabalhar é demérito. Trabalhar é vergonha. Trabalhar é para otários. Espertos ganham a vida sem precisar trabalhar. Vivem às custas de alguém, de favor do governo, de bolsa isso ou aquilo. E de cestas básicas doadas ingenuamente por associações caridosas. Vivem de bazares e até mesmo de esmolas.
A vagabundagem brasileira é coisa arraigada. Quando a corte portuguesa veio para o Brasil em 1808 assustou-se com os hábitos dos que aqui moravam. Tinham serviçais – escravos e não-escravos – para buscar um simples copo d´agua. Tinham serviçais para amarrar seus sapatos. E tudo isso documentado em cartas, enviadas a parentes portugueses, pelos nobres da corte, vagabundos por natureza.
Enquanto persistir essa cultura de vantagem, de esperteza, e aproveitar o máximo o que alguém pode oferecer, continuaremos sendo esse povinho de sempre. Ignorante, inculto, iletrado, e principalmente, vagabundo.

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