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sábado, 20 abril, 2024

De volta à cena, Thereza Collor quer fim da corrupção

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Nos anos 1990 a situação do País era outra. Fernando Collor de Mello havia sido eleito presidente em 1989 prometendo caçar os corruptos e modernizar o Brasil. Havia reserva de mercado para computadores. A moeda era o cruzado, inventado por Sarney em 1986. Fernando Collor provocou um tsunami na economia – confiscou a poupança, tomou medidas desastrosas e sua popularidade despencou.
Em meio ao barulho, descobriu-se um gigantesco esquema de corrupção, onde Fernando era o chefe, e Paulo César Cavalcanti Farias, o PC, seu fiel ajudante de ordens. O esquema foi denunciado por Pedro Collor, irmão de Fernando, casado com Thereza desde 1980. As denúncias foram apuradas, criou-se uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) e Fernando Collor foi o primeiro presidente da história a sofrer impeachment.
Das primeiras denúncias ao impeachment, Pedro sofreu pressões e ameaças de todo tipo. Ao seu lado, confiante e segura, estava a mulher, Thereza. Após a queda de Collor, Pedro escreveu um livro, Passando a Limpo. Thereza estava ao seu lado.  Pedro morreu em 1994. Quatro tumores cerebrais surgiram do nada. Thereza tocou a vida. Thereza carrega até hoje o título de Musa do Impeachment.
Tornou-se secretária de Turismo no governo de Alagoas, filiada ao PSDB. Na época do impeachment, ouviu conselhos para desistir de tudo, inclusive conselhos do pai, o maior empresário do Nordeste, João Lyra. A resposta foi simples: “Não sou apenas uma mulher de sorriso e dentes bonitos”.
Há 18 anos Thereza mudou-se para São Paulo. Casou com Gustavo Halbreich, empresário da construção, sem qualquer vínculo com governos, filho de imigrantes poloneses que aqui chegaram fugindo da 2ª Guerra – a sogra passou dois anos no campo de concentração de Auschwitz.
Indignada com tanta corrupção – que ela acredita que se espalhou e se aperfeiçoou – Thereza passou a receber convites de partidos políticos. Manteve-se no PSDB e decidiu que quer ser candidata a deputada federal. “Somos a maioria do eleitorado – diz ela – e apenas 11% das vagas eletivas são ocupadas por mulheres”.
Tem diversas bandeiras, como incentivo ao turismo, à educação, ao trabalho, mas principalmente o combate à corrupção, coisa que viu de perto enquanto o ex-cunhado presidia o País. Poderia passar seu tempo em viagens e passeios – a situação econômica lhe permite – mas decidiu ir à luta.
Seu retorno à cena, apesar de nunca ter saído dos holofotes por insistência da imprensa, já causa furor. Foi entrevistada pela revista Veja, nas páginas amarelas. Escreveu artigos sobre combate à corrupção no Estadão e na Folha, dois dos principais jornais do País.
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“Não tenho medo. Sei que as pessoas vão ligar meu sobrenome ao impeachment do Collor. Mas tenho a idéia de uma campanha propositiva. Quero fazer parte do novo na política e do processo de renovação do Congresso”, afirma.
Se eleita, sabe que vai encontrar em Brasília algumas das serpentes da política nordestina, como o atual senador Renan Calheiros. Até o ex-cunhado, provável candidato à Presidência. Se precisar conversar, conversa – “Acima de tudo, sou uma pessoa educada e civilizada”. Resume sua essência: “Sou humanista, quero dignidade e igualdade para as pessoas”, finaliza.
Para entender a história
Os Collor têm tradição política. Lindolfo Collor, avô de Fernando Collor de Mello, farmacêutico de formação, foi jornalista, deputado e ministro do Trabalho de Getúlio Vargas. Arnon de Mello, pai de Collor, senador. A família mantém ainda em Alagoas a Organização Arnon de Mello, dona da Gazeta de Alagoas e da TV Gazeta, afiliada da Globo.
Pedro Collor era considerado o mais ajuizado dos irmãos, e responsável direto pela administração da organização. O irmão Fernando era um bon-vivant – ganhou a prefeitura de Maceió como presente de casamento (na época o governador nomeava os prefeitos das capitais) e começou aí sua carreira política. Leopoldo, o irmão mais velho, veio para o Sul e fez carreira como publicitário. Pedro é quem dava duro nas empresas.
Credita-se que boa parte da encrenca estourou quando Fernando, junto com PC Farias, tentou montar jornais e emissoras concorrentes à própria família. Depois de avisar seguidas vezes o presidente sobre a corrupção instalada no governo, Pedro e Thereza resolveram denunciar o esquema, que resultou no impeachment de Fernando, hoje senador por Alagoas.
Visita a Jundiaí
Thereza Collor esteve em Jundiaí na sexta-feira passada (8), onde se reuniu com um grupo de empresários que lhe dá apoio à candidatura. Conheceu a cidade, elogiou seu dinamismo, e visitou o Novo Dia, onde gravou entrevista exclusiva.
Thereza também conheceu o livro Gente da Nossa Terra, lançado no dia 21 de maio, também de autoria da Cruz de Malta Editores Associados por meio do selo Urbem Books. Ex-empresária do ramo de Comunicações (junto com Pedro Collor dirigiu a Gazeta de Alagoas e a TV Gazeta), elogiou o Novo Dia, ressaltando seus aspectos gráfico e editorial.

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