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sexta-feira, 19 abril, 2024

Inteligência ou incompetência

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A greve dos caminhoneiros já torrou os piquás. Se eles têm razão ou não é outra história. Mas só se fala nisso – fila nos postos, ônibus que não circulam, estradas bloqueadas. Há até a suspeita que haja patrões financiando a greve. Mas a melhor pergunta é esta: onde estava a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) que não conseguiu mapear e projetar a greve?
Por serviço de inteligência entende-se a bisbilhotagem geral, autorizada, legal. No mundo inteiro existe isso. Esse movimento dos caminhoneiros já tinha sido percebido por nós, simples manés, há muito tempo. Havia uma espécie de greve anunciada desde o ano passado. A Abin dormiu. E dormiu muito.
Presume-se que não tenha feito um relatório decente da situação antes do movimento começar de verdade. Se houvesse tal relatório, haveria medidas preventivas. Aeroportos estocariam mais combustível. E, inteligentemente, alguém se anteciparia, negociando e propondo ações para neutralizar a greve.
Por outro lado, presumindo-se que a Abin tenha percebido a greve e feito seu relatório, temos uma constatação mais grave – o presidente não tem pulso. Não tem autoridade. Não tem respeito. Basta ver que suas ameaças não foram cumpridas. Basta ver que o presidente da Petrobras, senhor Pedro Parente, não aceitou a ordem da Presidência. Colocou a Petrobras acima dos interesses do País.
Em sucessivos rompantes, o presidente afirmou que colocaria Exército, Marinha e Aeronáutica, além da Força Nacional, para desocupar estradas. Disse, mas não mandou. E se mandou não foi obedecido. E se não foi obedecido, não fez valer sua autoridade.
E há mais: ninguém do governo procurou acalmar a população. O medo do desabastecimento foi latente. Houve gente comprando o que podia nos supermercados com medo de que faltasse comida em casa. Um dos telejornais mostrou uma senhora e seu carrinho, com 45 quilos de arroz para uma família de três pessoas. Até detergente foi incluído nessas compras por atacado.
Conclui-se que, se houver rumores de que vai faltar rapadura, todo mundo vai comprar rapadura. Depois, em casa, vai se perguntar – o que fazer com tanta rapadura? É a cultura do terror, talvez reflexo dos anos Sarney, do fracassado Plano Cruzado.
Voltemos à pergunta: onde estava a Abin em tudo isso? Inerte? Acomodada? Conivente? Nossos agentes secretos dormiram. Nada viram, nada relataram. Nos tempos de governos militares havia o SNI (Serviço Nacional de Informações), que não perdia nada, que sabia de tudo. A Abin, que o sucedeu, perdeu sua eficiência.
Deputados e senadores, acostumados à boa vida, também não se mexeram. Alguns produziram declarações ambíguas, sem qualquer contexto, para agradar governo e caminhoneiros. Caminhoneiros, por sua vez, também mostraram que não são tão unidos quanto parecem. Dividem-se em sindicatos e associações que não se reconhecem, não se aceitam.
Resumo de tudo: não temos estrutura para nada. Somos um país grande demais, gerido por incompetentes e oportunistas. Melhor mesmo é renomear a Abin – Agência Brasileira de Incompetência. É mais real, soa melhor.

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