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quinta-feira, 18 abril, 2024

Uma semana após embargo, Babel continua na mesma

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O cenário de quarta-feira era meio de abandono – a arena de shows, que pretendia receber sete mil pessoas por balada, estava fechada até quarta-feira (25). Não havia nenhum movimento, nem pessoas, nem máquinas trabalhando. A expectativa era que seus responsáveis já tivessem começado a mudar o que os Bombeiros haviam apontado como irregular.
A assessoria de imprensa da Babel foi questionada, mas até o fechamento desta edição continuou muda. Na página da Babel, no Facebook, somente um comunicado oficial sobre o cancelamento dos shows e a remarcação de nova data – 10 de junho.
A lona da Babel, reprovada pelos Bombeiros por ser combustível, precisa ser trocada. Os organizadores precisam também providenciar as saídas de emergência. E há a questão ambiental: o Código Florestal não permite ocupação em até 30 metros a partir da margem de córregos. Por lá passa o Córrego do Gramadão, e é visível que esse limite não foi respeitado. A Polícia Ambiental já atuou a empresa por causa disso.
A Babel começou errada. Faz jus ao nome. Na Bíblia, depois que foi construída a Torre de Babel apareceram as confusões, onde ninguém se entendia e todos falavam uma língua diferente.
A empresa ergueu sua arena a toque de caixa. Começou a obra no dia 1º de abril, e queria vê-la pronta no dia 20. Seus responsáveis afirmaram em release de assessoria de imprensa que empregariam 250 pessoas diretamente. E agora, que tudo está parado? Esses contratados estão recebendo? Ou já receberam pelo que trabalharam?
Há uma outra questão: o Estatuto da Criança e do Adolescente não permite a presença de menores de 18 anos em locais onde haja consumo de bebidas alcoólicas. A Babel anunciou que permitiria a entrada de maiores de 16 anos. Portanto, menores de idade. E o consumo de álcool na arena, caso tivesse sido aberta, é evidente: tem patrocínio da cerveja Itaipava e do energético TNT.
Quando a Justiça impediu sua abertura na sexta passada, a Babel só aumentou a confusão. Primeiro transferiu os shows para Itatiba, na Sossega Madalena, que é dos mesmos empresários. Às 10 da noite cancelou tudo. Quem foi até Itatiba perdeu a viagem. Encontrou tudo fechado, sem ninguém para explicar.
O Sossega Madalena também tem seus problemas em Itatiba. O caso está na Justiça. Um de seus vizinhos, o Hotel Vila Dângelo, alega que a casa faz muito barulho e não deixa os hóspedes dormirem. A Babel começou errado, continuou errando e caiu no velho ditado do comércio: quem paga mal paga duas vezes.
Empresa afirma que vai devolver ingressos
Um comunicado oficial da Babel, postado em Facebook, explica como será a devolução dos ingressos. Como os shows foram transferidos para 10 de junho e 8 de julho, quem ficar com o ingresso terá 50% de desconto, na forma de consumação. Ou seja, o desconto precisa ser em cerveja e energético.
Para quem quiser o dinheiro, a Babel explica: se comprou via Internet precisa mandar e-mail para o site. Quem comprou nos pontos de venda pode receber o dinheiro nos dias 2 e 4 de maio na bilheteria da Babel, na Luiz Latorre, da uma da tarde até sete da noite.
Mas não há no comunicado qualquer referência – ou esperança – para os que foram até Itatiba, queimaram gasolina, pagaram pedágio e perderam tempo. Quem foi, perdeu.

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