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terça-feira, 23 abril, 2024

Onde está nossa privacidade?

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A privacidade é um direito de todos. Era. Ao escrever o livro 1984, George Orwell, pseudônimo de Eric Arthur Blair, antecipou quase tudo o que anda acontecendo nos dias atuais. Seu livro, escrito em 1949, foi traduzido para 65 idiomas e até hoje pode ser considerado atual. Não há mais privacidade. Somos vigiados dia e noite.
Em 1984, Orwell citava o Big Brother (O Grande Irmão), que era onipresente e oniciente. Nada escapava. Como agora. Até em nosso país, uma verdadeira república das bananas, milhões de câmeras em ruas, elevadores, escritórios e prédios registram tudo. Em países de verdade talvez sejam bilhões.
E é só o quesito das câmeras fixas. Motoristas e motociclistas têm câmeras acopladas em seus carros ou motos. Drones sobrevoam prédios, áreas públicas, estradas, diariamente. Nas estradas, câmeras atentas registram tudo.
Sabe-se também que há satélites capazes de fotografar do espaço o que uma pessoa está lendo num jornal. E sabe-se também que há donos de motéis inescrupulosos que escondem câmeras para gravar tórridas e calientes cenas em seus apartamentos. Mas isso é outra história.
Telefones grampeados não são mais novidade. Nem câmeras que fotografam à noite, sem luz, sem uso de flash. Computadores são invadidos por hackers, que bisbilhotam e deles tiram o que interessa. Até os computadores do Pentágogo, o centro de defesa dos norte-americanos, já foram invadidos.
O Facebook admitiu haver entregado dados de seus membros a empresas, notadamente a que ajudou nas eleições americanas. A Vivo está sendo acusada de vender dados de todos os seus clientes para empresas de telemarketing. E essas empresas, com tudo na mão, fazem o impossível para infernizar a vida dos clientes da Vivo, oferecendo tudo quanto é produto. Útil, interessante ou não.
Não há mais lugar onde alguém se sinta de fato em sua privacidade. Tomar banho de piscina pode ser uma aventura – não custa aparecer um drone para bisbilhotar o tamanho do biquini ou as curvas de sua portadora. Aventuras extra-conjugais estão se tornando raras.
Não que homens e mulheres tenham resolvido deixar de trair, de se aventurar. Está ficando impossível apagar rastros de cartão de crédito ou do GPS do celular. Tais aventuras diminuíram por medo, pelo risco de alguém ser apanhado.
E, ironia das ironias, até pessoas famosas, que passaram a vida tentando se tornarem conhecidas, reclamam de fotógrafos bisbilhoteiros, de drones e de gravadores. Parecem ter entendido que a fama tem preço. E a privacidade ídem. Mais caro.
Talvez um dia tenhamos de morar em casas transparentes. Talvez tenhamos de andar nus, expostos. Talvez ganhemos um código de barras, um QR Code, um chip, para que sejamos fiscalizados com mais eficiência. Tudo em nome da maldita tecnologia.

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