Feirinha do Brás não. Festival de horrores

Um grande galpão na avenida Maria do Carmo Guimarães Pellegrini, em Jundiaí, abriga dezenas de comerciantes oriundos das regiões do Brás e 25 de Março, da Capital. O lugar, que fica pouco depois da Autoban, é tratado como feira, no mesmo estilo da feirinha da madrugada do Brás.
Estilo e modos. Não há nos supostos boxes um alvará sequer exposto, algo obrigatório. Quando alguém pede nota fiscal do que está comprando, é convencido a aceitar outra garantia. E é proibido experimentar roupas. Há quem se sujeite a tal vexame ou condição, entendendo que o preço compensa.
Deve compensar. Uma camisa da marca Dudalina, por exemplo, é vendida em lojas legalizadas por pouco mais de R$ 300. Na feirinha, custa R$ 50. Um tênis Nike Air, vendido a quase mil reais no comércio formal, com nota fiscal, na feirinha custa bem menos – R$ 70.
Fica mais que evidente que esse milagre do preço baixo tem explicações. Boa parte das mercadorias é pirateada. São falsificações feitas não se sabe onde e coisas vindas da China por vias tortuosas, sem passar pela Alfândega. Ou seja, contrabando. Falsificar ou contrabandear continua sendo crime, apesar da benevolência da legislação.
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Pirataria também não é novidade. Até o Maxi Shopping tem loja vendendo pen-drive com músicas gravadas, nitidamente produto pirata. Preço: R$ 34,99, o mesmo cobrado pelos ambulantes e camelôs.
Há algum tempo, o Sincomercio Jundiaí protocolou ofícios na Prefeitura, na Fazenda Estadual e na Receita Federal denunciando a situação e pedindo providências. De lá para cá não aconteceu nada. Houve quem garantisse que a feira é legal, está dentro das normas. E há que alegou falta de pessoal para fiscalizar.