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quarta-feira, 24 abril, 2024

De fofoca de janela a “fake news” em 10 anos

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Que o mundo mudou, não é mais novidade. Se os computadores e a internet fizeram as pessoas transformarem seus comportamentos, os smartphones fizeram mudar mais ainda os comportamentos já mudados. E tudo isso se iniciou neste milênio…
Que as pessoas não conversam mais entre elas, mas, sim, via aplicativos de mensagens já não é nenhuma novidade, certo? Porém, a ótica de cada um de nós sempre revela alguma coisa a mais e neste final de semana eu ouvia a banda Creedence Clearwater Revival cantando “I Heard It Through The Grapevine”, uma música muito charmosa que conta a história de um garoto que soube por outros que seria deixado pela namorada. O título da música lembra a cena de alguém ouvindo por trás de um vinhedo, expressão esta que no sul dos EUA quer dizer “ouvir um boato”.
Com isso lembrei que uma coisa não mudou: a existência da fofoca. Mudou apenas a modalidade dela. Em vez de fofocas feitas por trás dos vinhedos ou debruçando-se nas janelas, agora elas acontecem online e tem uma repercussão muito, mas muito maior. A diferença é que antes um boato se espalhava com menos velocidade e as pessoas não tinham meios para confirma-los ou desmenti-los. Hoje, embora tenham estes meios, não o usam, pois espalhar boatos é mais divertido ou mais participativo do que ficar de boca fechada. É a sociedade da “inclusão”.
Porém uma coisa é fato: as mesmas pessoas que, no século IXX espalhavam boatos boca a boca, sem confirmá-los, são as que os espalham hoje pelo WhatsApp ou Facebook e isso tem muito mais a ver com a geração acostumada a acreditar em tudo, contra uma outra geração que aprendeu a perguntar para o Google. É claro que há excessões, mas prestem atenção que é justamente nos grupos de WhatsApp onde se encontram mais “cinquentões” que se disseminam a maioria das “fake news”. Não por serem menos éticos, mas simplesmente por inocência e não terem o hábito de pesquisar para replicar.
Se você tem mais de 50 anos vai se zangar comigo. Contudo já me defendo dizendo que adoro os mais veteranos e tenho profundo respeito por eles, mas estou constatando um comportamento de uma geração e não os condenando por isso. Se você ficou bravo, então avalie seu comportamento. A partir daí, se condene ou se absolva.
Encerrando, faço o pedido a você que está lendo este artigo: NÃO ESPALHE NOTÍCIAS SENSACIONALISTAS, principalmente porque a maioria delas não são 100% verdadeiras. Não adianta nada ganhar uma discussão se seus argumentos não se concretizarem pelos fatos. Nem mesmo queira que seu candidato ou partido ganhe uma eleição baseado em mentiras, pois se você não compactua com o político desonesto e critica a Rede Globo pela sua imparcialidade, não deveria cometer a mesma atitude que julga ser ilícita. Neste ponto, copie a geração conectada e na dúvida use a mesma internet que fez uma notícia chegar até você para pesquisar se ela é verdadeira ou não. Se não sabe pesquisar, aprenda assim como já aprendeu a usar as redes sociais. Rejuvenesça-se, pois a vida pede mais de você do que ser um simples replicador da vontade dos outros.

por Aguinaldo Oliveira 

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