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sexta-feira, 29 março, 2024

Itu comemora 408 anos. Dessa vez não é exagero

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São 408 anos reais de fundação – os exageros contados pelo humorista Simplício continuam em alta e são atração da cidade

Itu já era conhecida há muito tempo. Foi lá que se fez a Convenção Republicana em abril de 1873, 16 anos antes da proclamação da República. Mas ganhou projeção internacional quando o humorista Francisco Flaviano de Almeida, o Simplício começou contar histórias exageradas na TV, contracenando com Manoel de Nóbrega na Praça da Alegria. Por projetar Itu, Simplício (que morreu em 2004) hoje tem seu boneco gigante numa das praças da cidade.
Historicamente, pode-se dizer que Itu é uma das poucas cidades que têm certidão de nascimento. Seu fundador, Domingos Fernandes, ditou testamento em 1652. Nele, há o registro da construção de uma capela em 2 de fevereiro de 1610 dedicada à Nossa Senhora da Candelária. Mas ainda não era Itu, e sim Outuguassu.
Itu pertencia a São Paulo. Em 1625 Santana de Parnaíba assumiu a jurisdição de Itu. Em 1657 Itu foi elevada à categoria de vila e instalou sua Câmara. E assim passou a administrar as cidades atuais de Porto Feliz (até 1797), Cabreúva e Indaiatuba (até 1859), Montemor (até 1871), Salto (até 1889) e Elias Fausto (até 1945). E Itu se tornou cidade em 1842. Tinha 800 casas na época.
A capela foi o centro religioso da cidade até que o primeiro vigário de Itu (1694), padre Felipe de Campos, resolveu substitui-la pela Igreja Nossa Senhora da Candelária, inaugurada em 1780. A capela se tornou então Igreja do Bom Jesus, e a Candelária, a atual matriz.
Itu nunca deixou de fazer história. Tem o primeiro museu do interior do estado, o da Convenção Republicana, inaugurado em 1923; seu quartel, conhecido como Regimento Deodoro, foi instalado em 1920 como 4º Regimento de Artilharia Montada. A Estrada de Ferro Ituana foi inaugurada em 1873; 11 anos depois a cidade ganhou iluminação a gás.
Em 1854 Itu era uma das cidades mais ricas da Província de São Paulo devido à produção de cana açúcar – isso até 1890, quando o café passou a dominar sua economia. Com a proclamação da República (1889), logo Itu passou a receber levas de imigrantes, principalmente italianos, para substituir a mão-de-obra escrava – a escravidão fora proibida em 1888. Em 1923 Itu entrou para o mundo do futebol, com a fundação do Ituano.
As fábricas tiveram papel importante no desenvolvimento da cidade. Desde o começo do século passado elas existiam, mas foi a partir de 1950 que passaram a pesar na economia. Com a inauguração da rodovia Castelo Branco, em 1970, outras mais foram atraídas para a cidade devido a sua localização estratégica.
Turistas são bem recebidos em Itu
Itu não tem único setor para gerar riqueza. Tem indústrias de porte, comércio forte e principalmente turismo de fim de semana. Tornaram-se quase lendários, por exemplo, o chopp e o filé à parmegiana do Bar do Alemão (Steiner). Lojas aproveitaram a fama de exagero e exibem de tudo – lápis gigantescos, abridores de garrafa de tamanhos descomunais – tudo exagerado de propósito.
Em praças, é possível notar o exagero – basta ver o tamanho do semáforo (e ai de quem alegar que não viu que o sinal estava vermelho) e do orelhão, antes como Telesp, depois Telefonica e hoje Vivo. Ninguém resiste – quem vai a Itu sempre faz uma foto em frente aos exageros.
O turismo também leva pessoas às construções históricas, com a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária, cuja construção terminou em 1780. Passou por reformas – e não gente desconhecida que nelas trabalharam. Delas, participaram arquitetos do porte de Ramos de Azevedo e Paula Souza. Importanter demais para ser esquecida – em 1938 o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) a tombou, a pedido do escritor Mário de Andrade.
Quem visita a cidade também não deixa de ver o Museu Republicano, instalado numa construção onde aconteceu a Convenção Republicana de Itu em 18 de abril de 1873. Seis anos antes, a casa havia passado por uma reforma das grandes. Na entrada do museu há painés em azulejos retratando a história de Itu. E melhor de tudo, a entrada é de graça. Há ainda o Museu da Energia, com entrada de graça na sexta (2).
Tem mais passeio. Itu tem o kartódromo, inaugurado em abril de 1994, numa festa que teve até um campeão de Fórmula Um, Nelson Piquet. Outras figuras do automobilismo internacional também passaram por lá, como Rubens Barrichello, Luciano Burti e Átila Abreu. Kartódromo de respeito: 1.240 metros de pista, arquibancadas para 20 mil pessoas e estacionamento para 1.350 carros.
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O futebol está no Estádio Novelli Junior, inaugurado em maio de 1947. Seu nome é homenagem a um político que se destacou na cidade, Luís Gonzaga Novelli Júnior. Pode receber 17 mil torcedores. O Ituano não é de brincadeira: foi campeão paulista da série A em 2002 e 2014.
Comércio e Indústria são pontos fortes
Em Itu é possível se comprar de tudo. O centro comercial antigo está nas ruas Floriano Peixoto e Santa Rita, mas as próximas também têm muitas lojas. Há ainda dois shopping centers, Plaza e o Road. Todos os bancos têm agências na cidade.
Não faltam as grandes redes de super e hipermercados. A indústria ituana tem uma estrela, a Brasil Kirin, antiga Schincariol. E de lá que saem cervejas como Baden Baden, Devassa e Eisenbahn. Isso porque a empresa foi comprada pela Heineken no ano passado. Negócio de 704 milhões de dólares.
Há também empresas japonesas que fornecem peças para outra gigante japonesa, a Toyota. São a Sumitomo Corporation do Brasil, Aisin Seiki, Nissim Break, Vuteq e Kanaflex. Há ainda a Sapa Aluminium, Starrett, Hewlett Packard e Lenovo do Brasil/CCE.

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