Febre Amarela: o bom exemplo de Jundiaí

Muito antes do pânico se instalar na população, Jundiaí já havia vacinado 94% de seus moradores
São comuns as críticas a qualquer ato de uma administração. Até atos corriqueiros às vezes são vistos com reservas, com a eterna pergunta: o que há por trás de tudo isso? Mas uma atitude tomada pela Secretaria de Saúde de Jundiaí está totalmente imune a qualquer tipo de crítica – a de vacinar a população contra a Febre Amarela desde o fim do ano passado.
Com campanhas, plantões, mutirões, o último boletim sobre a doença em Jundiaí pode servir de exemplo: apenas um caso em humano, apesar de 206 macados terem sido encontrados mortos (72 confirmados como causa a febre), e 94% da população vacinada. E não foi com vacina fracionada.
É um quadro totalmente diferente do que se vê hoje em muitas cidades próximas. Sorocaba tem filas para vacina; o mesmo acontece em Votorantim. Na Capital, filas são formadas no dia anterior; em Mairiporã, zona de alto risco, a prefeitura local passou a exigir comprovante de residência – muita gente de outros lugares procuraram Mairiporã ao saber que havia vacinas disponíveis.
Essa corrida pelas vacinas tem uma explicação lógica. A população está alarmada com a possibilidade de contrair a doença. E somente agora as autoridades de Saúde se mexeram e entenderam que Febre Amarela não é um resfriado qualquer.
Para dar conta da procura, criou-se a vacina fracionada. É aplicada em seringa descartável, que trava o embolo ao completar 1 ml. Bem diferente, em termos de quantidade, da vacina aplicada em Jundiaí, uma dose inteira, válida pelo resto da vida.
Não se sabe de quem foi a idéia de aplicar a vacina pra valer em Jundiaí. Mas quem a teve merece reconhecimento, assim como toda a Secretaria da Saúde, que hoje pode ostentar um número invejável de pessoas imunizadas contra a febre e dar à população a tranquilidade esperada. Bem diferente de cidades maiores, como Sorocaba ou como a Capital, onde, até agora, tudo não passou de uma brincadeira.