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quinta-feira, 28 março, 2024

Em sinal de protesto, ele pedia demissão!

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Faz um tempo que o Marcelo me contava a sua história. Ele tinha 28 anos e ainda não havia se firmado em nenhum emprego. Infelizmente, há dez anos ele tomou impulsivamente uma decisão errada, de parar a faculdade de administração no primeiro ano. Daí pra frente trabalhou em diversas empresas, sempre como ajudante e, nunca por mais de 9 meses seguidos. Mas eu suspeitava que a falta de curso superior era o menor problema dele.
Eu pedi que ele me contasse o motivo que o levou a sair de todos esses trabalhos que ele teve. E pude perceber que os motivos foram sempre os mesmos ou quase os mesmos. Na maioria das vezes ele saiu por revolta. Aqui porque não tinha vale refeição, ali porque não pagava adicional noturno, lá porque o chefe era resmungão.
O caso mais típico é aquele onde um funcionário mais antigo, daqueles que vive reclamando, passava a desenvolver influencia sobre ele e, quase todos os dias, contava uma razão a mais para que todos (inclusive o Marcelo) sentissem-se revoltados. Como sempre acontece, aquele que põe fogo na fogueira tira o time de campo quando o incêndio está armado e, o Marcelo, valendo-se de sua enorme coragem, pedia demissão em sinal de protesto.
Acontece que o principal prejudicado era ele mesmo, pois o colega que o influenciara permanecia trabalhando, o patrão permanecia trabalhando, simplesmente contratava outro em seu lugar e o Marcelo ficava desempregado. Por mais simples que parecesse, demorou para o Marcelo perceber essa situação.
E porque isso acontecia? Porque ele sempre agia de cabeça quente. Na hora da raiva soltava os cachorros. E quando alguém pedia para ele manter a calma ou dizia para que não se enervasse, sua resposta era típica: “eu sou assim mesmo! fazer o que?”
Depois de nossa conversa, o Marcelo mudou sua postura. Ele conseguiu um trabalho novo, como ajudante geral e depois de um ano estava como auxiliar de expedição. Nesse meio tempo fez alguns cursos e participou de um processo seletivo em uma empresa maior, na qual foi selecionado e começou a trabalhar. Ele está nessa nova empresa há 4 meses, já com expectativas de crescer. Continua fazendo cursos e não dá mais atenção aos “revoltados de plantão”.
O Marcelo aprendeu que sempre tem gente para criticar seu emprego, mas raramente há quem te ofereça uma oportunidade melhor. Portanto, sugiro que sempre se valorize o prato onde come, pois na falta dele, a fome volta a atacar.
Por Aguinaldo Oliveira

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