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sexta-feira, 29 março, 2024

O controle das massas através de boatos

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Quando comecei a fazer palestras a respeito das diferenças entre as gerações em 2011, uma das coisas que discutíamos na época era a capacidade das pessoas mais jovens se defenderem das crendices populares. Aquilo que acontecia muito com a minha geração (os X), quando nossos pais e avós diziam para não fazermos determinadas coisas nos colocando medo, tenderia a não acontecer mais simplesmente pelo acesso à informação em tempo real.
Porém, naquela época, ainda não sabíamos o comportamento que teriam os baby boomers e os X diante de tanta mudança. Então os anos se passaram e o que se notou é que rapidamente a Geração X se reciclou, buscando o domínio da tecnologia e os BB tentaram fazer a mesma coisa, porém com um pouquinho mais de demora.
Aliás, imitar os mais jovens é uma tendência de todas as gerações, afinal todos querem se sentir jovens. Inicialmente se critica muito as quebras de paradigmas, mas depois, quando os críticos percebem que a mudança é inevitável, vem aquele sentimento de “juntar-se a eles”. Isso tudo é sadio e eu acredito mesmo na modernização das gerações… O problema é que algumas pessoas atualmente, ao invés de usarem as facilidades da “era Google” para se livrarem das idiotices inventadas, elas as utilizam para replicar e fortalecer boatos.
Pessoas para alimentar as “teorias da conspiração” estão sempre prontas. Replicar uma postagem de um desconhecido como se fosse a verdade mais verdadeira do mundo é comum e constante nas redes sociais. WhatsApp e Facebook são as ferramentas mais usadas para o reforço das “verdades convenientes”. Normalmente, essa imaturidade digital vem dos seus usuários menos experientes, os mais velhos de idade e que começaram agora a correr atrás da tecnologia. Mas por incrível que pareça, há também uma infantilidade nos “millenials” ao compartilharem notícias de fontes não seguras apenas por elas serem boatos que convém as suas ideologias individuais.
Aliado a isso tudo, a baixa escolaridade e falta do hábito da leitura também faz com que as gerações Y e Z caiam nesta pegadinha assim como seus avós. E quem pode mudar isso? Eu e você, independente de nossa faixa etária. Basta que simplesmente não acreditemos em tudo que vemos na internet e antes de replicar ou “botar a boca no mundo”, avaliemos se aquilo faz sentido e se é verdadeiro. Afinal, se você usa a internet para ter voz e sentir-se livre, lembre-se que contar com firmeza aquilo que ouve por aí pode ser a forma mais jurássica de controle da massa e você talvez esteja sendo vítima dela.
Por Aguinaldo Oliveira

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