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quinta-feira, 25 abril, 2024

Não tenho tempo para ter depressão

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É comum ouvirmos essa frase em conversas informais. Embora, de alguma forma ela pode fazer sentido (refletiremos sobre isso mais à frente), também é óbvio que só quem a repete é quem nunca viveu este fantasma.
Depressão é considerada a doença do século. Isso não significa que não existia antes, mas apenas que não vinha à tona e nem era tratada. No entanto, de alguns anos pra cá, tem sido reconhecida pelas pessoas comuns, ou seja, amigos, colegas de trabalho e familiares.
Ela se manifesta por inúmeros fatores, inclusive por tendência genética. Porém pode haver gatilhos no dia a dia que iniciem um processo sintomático. E quando isso acontece, quem se aproxima quer ajudar tentando “botar o cara pra cima”.
Dizer pra uma pessoa deprimida que ela deve se motivar não tem efeitos positivos. Fará apenas com que o sujeito se feche ainda mais, reforçando a ideia de que é incompreendido. Por outro lado, a empatia e a solidariedade abrem os canais de comunicação, permitindo estabelecer confiança.
Clarisse Lispector já citava o silêncio em seus textos como um grande tormento, fato que nos lembra que mente vazia é a oficina do diabo. Portanto, buscar outras atividades e desviar a atenção pode fazer a mente trocar de canal. Se nossa mente sintonizar o “canal do Datena” vai somente pensar coisas ruins.
É comum o sujeito em depressão ter insônia e pensar nos problemas no meio da noite, sonolento, estado em que a mente mais absorve as “nossas verdades”. Esse pensamento negativo é causa e consequência da doença e a sua continuidade reforça ainda mais esse mal.
Se entreter com boas leituras, atividades recreativas e ações prazeirosas ajudam na recuperação. Normalmente, a situação real não é tão ruim quanto o cara imagina, até porque ele antevê possibilidades catastróficas que não necessariamente acontecerão. Ou seja, são apenas riscos e não realidade, mas como a mente não diferencia o pensamento e a realidade, o sofrimento é intenso.
Na prática, o melhor a ser feito é procurar ajuda profissional. Mas seja qual for o tratamento utilizado, não deixe de “trocar de canal” e tentar não oferecer seu tempo, de graça, para ter depressão.
Por Aguinaldo Oliveira

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