Não adianta ficar reclamando, afirma Guilherme Gazzola

Prefeito de Itu fala em reconstruir, prega austeridade e comemora a solução para o problema da água
O prefeito Guilherme Gazzola, de Itu, é cirurgião dentista por formação. Foi vereador durante oito anos. No ano passado disputou a Prefeitura pelo PTB e venceu. Em janeiro, precisou encarar a realidade. Quase dez meses depois, já tem o que comemorar – a revista Exame publicou estudo da Urban Systems colocando Itu como uma das 100 melhores cidades do Brasil para investimentos.
“Encontramos a cidade em frangalhos – afirma Guilherme. Dívidas de 140 milhões com Previdência e 72 milhões com fornecedores, e a máquina pública esfacelada. Mas não adianta ficar reclamando. É virar a página e tocar em frente”.
O tocar em frente é reconstruir. Em janeiro, por exemplo, foi criada a Companhia Ituana de Saneamento. No mês seguinte ela já estava funcionando, e a água, que era um problema gigante em Itu, deixou de faltar.
“Passamos 76 dias sem uma gota de chuva e não tivemos racionamento, diz o prefeito. Nossos reservatórios estão com 100% de capacidade. Não falta mais água na cidade”. A questão da Saúde, reconhece, é bem complexa. “O cobertor é curto, não só aqui, mas em todo o Brasil”, afirma.
Guilherme credita esses problemas ao SUS (Sistema Único de Saúde). “A Constituição de 1988 instituiu o tudo pode, mas esqueceu de prever donde viria o dinheiro. E aí se criou um monstrengo chamado SUS”, diz ele.
O fato da Exame ter projetado Itu para investimentos é uma esperança de fazer crescer a economia da cidade. Itu tem vocação logística, mas o turismo é forte. “Itu é de 1610 – afirma Guilherme – e tem turismo para todos os segmentos. Temos as melhores obras barrocas de São Paulo, temos turismo rural (a cidade viveu os ciclos da cana e do café) e ainda a parte histórica”.
E história é o que não falta. Quando os bandeirantes resolveram explocar o interior, usaram o Rio Tietê, e daí nasceu Porto Feliz (que era um porto de verdade), que na época era Itu. A República tem seu berço em Itu – e lá está o Museu da Convenção Republicana.
E tem ainda a fama dos exageros. Quando o comediante Simplício (já falecido, e que era de Itu) começou a contar na TV que em Itu tudo era gigante, os ituanos aproveitaram a deixa. Numa das praças há o orelhão gigante, o semáforo gigante; nas lojas, lápis enormes, tudo exagerado. E numa as praças uma estátua gigante de Simplício, sentado num banco também gigante.
“Nosso turismo é um mix – histórico, religioso, artístico, rural, gastronômico – e isso tem atraído muitos visitantes”, finaliza Guilherme.