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quinta-feira, 18 abril, 2024

Mentalidade Dependente

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Já contei aqui que comecei a trabalhar cedo. Venho de uma família criada na roça e que migrou para Jundiaí atrás de emprego. Em 1965 o Sêo Elias e a Dona Rose, com cerca de 20 anos de idade, abandonaram a colheita de algodão para ele trabalhar na Cica e ela virar Dona de Casa. Afinal, segundo o que ouviam, em Jundiaí dava pra “ganhar mais”.
É interessante também contar que estudei no SESI até o penúltimo ano do Ensino Fundamental, quando tomei a decisão de sair para estudar a noite e assim poder trabalhar. Isso era, pra mim, um sinal de liberdade, pois durante muito tempo eu ouvia que se eu estudasse agora, quando começasse a trabalhar poderia comprar o que eu quisesse, pois iria “ganhar” dinheiro. Anos depois descobri que precisaria vencer uma série de desafios para realizar meus sonhos e o principal seria superar a mesmice do mercado, com aquela velha mentalidade dependente.
O trabalhador brasileiro comum tem uma mentalidade muito limitada, preparada somente para ser empregado. As escolas nos ensinam a sermos comportados e a obedecermos, as faculdades nos dão teoria para uma função técnica, mas ninguém nos treina a prosperar. Quando foi que você teve uma aula de prosperidade em um ambiente escolar? Sua escola te ensinou a vender? Alguma vez a escola te ensinou que a habilidade de relacionamento é tão importante quanto a sua habilidade técnica?
Nossa geração foi preparada para que fossemos bons empregados, pois era a oportunidade que o Brasil oferecia em sua fase de industrialização. Mas porque isso não mudou depois? A geração mais jovem continua sendo ensinada a “depender” de alguém que lhe garanta uma vida digna, seja este alguém a família, o governo ou o patrão. Dizem para encontrarmos um bom emprego, mas sequer nos ensinam a procurá-lo. Não sabemos nos comportar numa entrevista, não sabemos vender o nosso peixe.
Em nosso idioma usamos o verbo “ganhar” para nos referirmos a remuneração pelo trabalho. Nos EUA usa-se “fazer”, no sentido de produzir.
Essa “PNL por acaso” é o início da diferença: enquanto esperamos ganhar, eles se preocupam em produzir. E nós, os brasileiros, nos mantemos em nosso comodismo, na nossa falsa zona de conforto, reclamando do patrão, do governo ou dos próprios norte-americanos, que nos exploram comercialmente.
É… talvez eles devessem ser mais bonzinhos, assim como nós somos!
por Aguinaldo Oliveira

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