Já começou o barulho por causa de Carnaval

Nas redes sociais, há vídeos com gente de fora apelando para que Jundiaí tenha Carnaval com dinheiro público
Falta muito tempo ainda para o Carnaval (início de fevereiro), mas já há movimentação para que seja gasto dinheiro público com a festança. Vídeos que circulam em redes sociais trazem depoimentos de “carnavalescos” interessados – um deles, que é de Sorocaba, “pede o direito de trabalhar para distrair o povo”. E apela para a Câmara Municipal.
Essa movimentação tem explicação. Neste ano, a Prefeitura decidiu não colocar dinheiro público para as escolas de samba, que ficaram com o que já haviam recebido, a título de adiantamento, no ano passado. Também não devolveram um centavo. O Carnaval ficou restrito aos blocos e algumas escolas, em pontos localizados.
Agora, quase no final de ano, a situação continua praticamente a mesma – a arrecadação de impostos é menor, os repasses dos governos estadual e federal são menores, e os problemas aumentaram. No entender da maioria dos entrevistados pelo Novo Dia, a Prefeitura deve se preocupar antes com os problemas da Saúde e da Segurança, e não usar dinheiro no Carnaval.
Os entrevistados afirmam, em sua maioria, não serem contra a festa, desde que ela ocorra com dinheiro de empresas ou dos próprios carnavalescos. Citam como exemplos os blocos – e especificamente o Chupa que é de Uva – que fazem sua folia sem verba da Prefeitura.
O apelo à Câmara tem sentido. Como logo os vereadores votarão o Orçamento para 2018, interessados no Carnaval enxergam como sendo uma oportunidade para pressionar os vereadores e incluir verbas (dinheiro público) no Carnaval.
Como ainda é cedo, a previsão é que haja muita historinha até a chegada da folia. De um lado, os “defensores da cultura popular”, ávidos por verbas generosas da Prefeitura. De outro, os que entendem que é preciso primeiro resolver problemas mais sérios. Um dos entrevistados foi até irônico: os que defendem hoje uso do dinheiro público no Carnaval serão os mesmos que irão reclamar da fila das creches, da demora na marcação de consultas e do tempo de espera nas UBSs.
O Novo Dia entrevistou 25 pessoas em diversos bairros da cidade sobre essa questão. Somente dois dos entrevistados aprovam o uso de dinheiro público na folia. Os demais são frontalmente contra e prometem cobrar prefeito, secretários e vereadores se aparecer verba pública para o Carnaval.