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quinta-feira, 28 março, 2024

Nanette, uma sobrevivente do Holocausto, visitou Cabreúva

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Ela foi à cidade na semana passada para palestra na Biblioteca. Contou os horrores por quais passou e sua amizade com Anne Frank
Nanette Blitz é uma holandesa de 88 anos. Em sua juventude, conheceu Anne Frank, aquela do diário. Como Anne, viveu os horrores do regime nazista durante a ocupação da Holanda, durante a Segunda Guerra Mundial. Judia, foi perseguida, mas sobreviveu. Na semana passada ela esteve em Cabreúva para contar um pouco de sua história. Essa palestra é parte da exposição Lendo e Escrevendo com Anne Frank, que fica por lá até o fim de julho.
“Jamais esquecerei nosso encontro emocionante. Quando encontrei Anne em Bergen-Belsen em 1943, ela tremia de frio e estava embrulhada em cobertor porque não aguentava mais suas roupas cheias de piolhos e estava completamente debilitada. Isso foi mais ou menos um mês antes da morte dela”, contou Nanette.
Nanette vive em São Paulo desde 1950. É uma das sobreviventes do Holocausto, o programa para solução final para os judeus implantado por Hitler. Para entender: até 1933, nove milhões de judeus viviam na Europa – ainda não havia sido criado seu país, Israel. Em 1945, no fim da guerra, 2 de cada 3 haviam morrido – ou fuzilados, ou em câmaras de gás ou em campos de concentração com trabalhos forçados.
Nanette era amiga de escola da escritora germano-holandesa Anne Frank e esteve com ela nos últimos dias de sua vida. As amigas se reencontraram no campo Bergen-Belsen, que fora erguido entre 1935 e 1937 para ser uma espécie de base militar e estava a 65 quilômetros de Hanover (Alemanha). Em 1943, o local teria o papel de campo de transição, no qual os judeus estrangeiros que lá estavam seriam usados como moeda de troca por nazistas prisioneiros de guerra.
Mas à medida que o regime de Hitler enfraquecia, Bergen-Belsen recebia cada vez mais prisioneiros e se transformou em mais um campo de concentração. Em abril de 1945, tropas inglesas assumiram seu controle e libertaram os sobreviventes. Durante os seus quase cinco anos de funcionamento, esse local foi o destino final de 70 mil pessoas.
Foi apenas em 2015, 70 anos depois do fim do Holocausto, que Nanette se sentiu segura para contar ao mundo o que testemunhou em Bergen-Belsen. Hoje com 88 anos, organizou suas memórias no livro Eu sobrevivi ao Holocausto lançado pela editora Universo dos Livros.
Nele, ela fala sobre a vida nos primórdios da guerra, relata o clima de tensão vivido pela família na iminência da ida para Westerbork, um campo holandês para onde os judeus do país eram levados antes da ida para os campos de extermínio, a chegada em Bergen-Belsen e o reencontro com Anne.

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