16.4 C
Jundiaí
quarta-feira, 24 abril, 2024

De volta, Clemente pode se candidatar a deputado em 2018

spot_img

Considerado um dos líderes mais carismáticos da região, Clemente Manoel de Almeida tem convites de sobra para candidatura
Clemente Manoel de Almeida se destacava como líder desde o tempo em que estava na faculdade (ele é formado em Direito). Essa liderança foi traduzida numa eleição para vereador em Várzea Paulista. Depois se elegeu prefeito e ficou seis anos na direção da cidade.
Elegeu-se deputado estadual em 1990, e em 1996 voltou à Prefeitura de Várzea, reelegendo-se em 2000. Foram 14 anos à frente da Prefeitura. Esse é seu lado político. Também compositor, já emplacou mais de 150 músicas (chegou a compor para o Fofão da TV Globo), tornou sucessos músicas sertanejas gravadas por Matogrosso e Mathias e Milionário e Zé Rico. Passou pelo samba e agora está compondo até rock.
Por uma questão técnica foi barrado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de participar das últimas eleições. “Todas as minhas contas da Prefeitura foram aprovadas, explica Clemente. Mas alguém levantou uma questão – eu havia contratado um médico para a Secretaria de Saúde, e ele era funcionário da União, e como tal, deveria optar por receber ou da União ou da Prefeitura. Como recebeu dos dois, acabei pagando o pato”.
Não foi nada assustador. O que foi apontado como irregularidade não passava de dez mil reais. “Era muito mais fácil pagar, devolver esse dinheiro, do que recorrer da decisão. Mas eu não acreditei que poderia ser punido por uma questão tão simples, tão técnica, recorri e acabei sendo penalizado”. Agora Clemente está livre dessa situação e pode disputar eleições normalmente.
Como nunca perdeu o contato com seus amigos, passou a ser sondado e convidado para se candidatar. “Realmente estou sendo procurado por líderes estaduais e regionais para disputar as eleições de 2018, confirma ele. Estou no PSDB, mas recebi muitos convites de outros partidos. A dúvida é se será uma candidatura a deputado estadual ou federal”.
Bagagem e disposição não faltam. E nem discurso. “As cidades menores, as que estão à volta de Jundiaí, somente dão votos e nada recebem em troca. Gente do Estado inteiro, por exemplo, vem buscar votos em Várzea e depois desaparece. Por que não elegermos gente daqui?” questiona.
Como deputado estadual trabalhou bastante. Na condição de deputado, também disputou a Prefeitura de Jundiaí em 1992 – ficou em segundo lugar, com pouca diferença de votos. Essa circulação pelos meios políticos lhe rendeu boas amizades, que duram até hoje.
Quando prefeito de Várzea, por exemplo, viu que o que mais atrapalhava a cidade para instalação de novas empresas e do crescimento em si, era a água. Não havia água, e o DAE de Várzea não conseguia mais nada. Procurou o então governador Mário Covas e propôs fazer a concessão da água e esgoto para a Sabesp. Resolveu dois problemas.
Várzea deixou de sofrer com falta de água, e de quebra recebeu adiantado o dinheiro da concessão. Com o dinheiro – R$ 9 milhões – construiu o Viaduto dos Emancipadores. “O que muita gente maledicente apregoa é que eu vendi o DAE de Várzea. Não foi venda, foi concessão. É como um aluguel”, afirma Clemente.
O viaduto foi outra história. “Sentia-me envergonhado em passar perto daquela antiga passagem sobre os trilhos da ferrovia e ver aquela fila de carros, conta ele. Não havia ligação entre os dois lados (a cidade é separada pelos trilhos e pelo Rio Jundiaí). Construímos o viaduto, e hoje há os que criticam. Só que na época não havia nada. E agora o Juvenal (Juvenal Rossi, prefeito) está construindo outro na Ponte Seca. E acho que precisa de mais um para dar mobilidade a todos”.
Clemente lembra também das campanhas que fez pela cidade, não as políticas. “Descobrimos que o morador de Várzea tinha vergonha de sua cidade, e por isso emplacava seus carros em outras cidades. Na época, dos quase 30 mil carros de Várzea, só mil estavam registrados em Várzea. Fizemos uma campanha e conseguimos que muitos transferissem o licenciamento para lá”, diz Clemente.
Se deu resultado esse tipo de campanha? “É inegável que sim. Hoje todos de Várzea podem se orgulhar. É uma cidade que tem McDonalds, tem Habibs, tem shopping em construção, tem supermercados e empresas das mais conceituadas. Quem mora em Várzea não precisa, como antes, sair de lá para ter um mínimo de diversão”, conta.
Sobre o cenário político, sua opinião reflete bem o que pensa a maioria – as eleições de 2018 serão um caos para muitos. “Com toda essa onda de escândalos, de Lava Jato, de Odebrecht, vai sobrar fumo pra todo mundo, afirma Clemente. Muitos dos congressistas (deputados federais e senadores) terão muita dificuldade para se reelegerem. O povo não quer nem saber, acha que tudo é farinha do mesmo saco. Acho que haverá uma grande renovação”.
E ele lamenta ainda não haver comícios como antigamente. Era seu terreno predileto. Na época mais magro, parecia uma figura até certo ponto frágil. Até ter o microfone para si. Então se transformava, virava um gigante e deixava sua mensagem. “Tive a honra de ser apontado como um dos dois melhores que havia na época – o outro era o Walmor Barbosa Martins”, conta ele.
Sobre os shows durante os comícios não vê mal nenhum, e recorda que isso era muito bom. “Quem vai por causa do show é por causa do show e está acabado. Chegamos a reunir 10 mil pessoas em comícios, e se o povo ficava para nos ouvir era porque tínhamos o que falar. Depois o PT tratou de acabar com tudo. Se show de artista significasse votos…”, afirma.
Nos próximos meses Clemente vai decidir pra que lado vai. Se fica no PSDB, se vai para outro partido (há confirmados seis partidos interessadíssimos nele), e se será candidato a deputado estadual ou federal. Até lá, vai continuar escrevendo – já está com cinco livros prontos. E há editoras interessadas.

Novo Dia
Novo Diahttps://novodia.digital/novodia
O Novo Dia Notícias é um dos maiores portais de conteúdo da região de Jundiaí. Faz parte do Grupo Novo Dia.
PUBLICIDADEspot_img

SUGESTÃO DE PAUTAS

PUBLICIDADEspot_img
PUBLICIDADEspot_img

notícias relacionadas