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sábado, 20 abril, 2024

Aumento da violência muda os hábitos dos brasileiros

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Segundo especialista em segurança, consumo e tráfico de drogas impulsionam crimes
A sensação de insegurança vivida pela população parece crescer a cada dia. Pesquisa recente, denominada “Retratos da sociedade brasileira – Segurança Pública”, realizada pelo IBOPE em 141 municípios brasileiros revela que quase sete em cada dez brasileiros (68%) consideram a situação da segurança no Brasil ruim ou péssima (eram 51% em uma pesquisa similar realizada em 2011). O percentual é ainda mais alto se levada em consideração a percepção dos moradores das cidades periféricas (80%). Comparando com três anos, 60% acreditam que a situação no país, em 2017, está pior. Os reflexos: os cidadãos e as próprias entidades têm buscado alternativas para garantir a proteção, seja individual ou coletiva.
O levantamento, encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CDI), mostrou que quatro em cada dez famílias tiveram alguma vítima de assalto no último ano e que 86% dos brasileiros atribuem às drogas o aumento da violência nas cidades. Além disso, sete em cada dez pessoas afirmaram ter mudado hábitos para se prevenir contra a violência.
Para o especialista em segurança, Glauco Splendore, as pessoas estão mais cautelosas e têm evitado, de diversas formas, a exposição ao risco. “As famílias têm equipado suas casas e veículos buscando algum tipo de blindagem contra o terror. Instalam alarmes, grades e a contratação de diversos seguros extras, além de investir, cada vez mais na blindagem veicular”, destacou.
Segundo ele, o aumento do tráfico e consumo de drogas, sobretudo o crack, tem trazido uma onda de assaltos e agressões em proporções inéditas. “Basta dizer que hoje, há um crescimento bastante significativo de assaltos a veículos e latrocínios (roubo seguido de morte) justamente para sustentar o vício. Também nota-se, sob esta mesma lógica argumentativa, uma altíssima incidência relacionada ao roubo de celulares e residências”, diz.
Dados recentes da Secretaria de Segurança Pública (SSP), em São Paulo, apontam que, somente no mês de fevereiro de 2017, foram registrados 296 casos de homicídio – um aumento de 3,14% em referência ao mesmo mês de 2016. Já os latrocínios, subiram bem mais. São 34 casos, contra 24. Mais de 40% de elevação, se comparados a fevereiro de 2016.
Blindagem veicular
Uma das grandes mudanças, detectadas pelo especialista em segurança acerca das medidas tomadas pela sociedade para garantir a proteção, é a blindagem de veículos. Além de investimentos crescentes de empresas públicas e privadas neste procedimento, é cada vez mais frequente a participação das famílias brasileiras.
Segundo informações obtidas junto ao Exército Brasileiro, em 2016, foram blindados 18,5 mil veículos. São Paulo é responsável por 70% desta frota. “Antes, a blindagem era um privilégio exclusivo de artistas e da classe política. Hoje, empresários e famílias de classe média têm optado intensamente por esta prática”, destaca Splendore, que afirma que o segmento de blindagem deverá ter um crescimento de até 20% em 2017.
O especialista esclarece, ainda, que a blindagem mais comum é o nível III-A, que protege contra qualquer armamento de mão e exige a autorização do Exército. Ele não indica a blindagem para todo o tipo de veículo. “É aconselhável que o automóvel tenha um motor mais potente (a partir de 1.4), pois o veículo fica em torno de 160 quilos mais pesado”.
A blindagem veicular resolve a sensação de insegurança? Segundo Splendore, a blindagem, desde que bem feita, traz uma tranquilidade à medida que garante a sobrevivência de quem transita em um carro, mas a segurança plena só é possível com políticas públicas que enfrentem o tráfico de drogas e a criminalidade de forma eficaz.

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