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quarta-feira, 24 abril, 2024

Se isso não for ditadura…

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Uma das palavras mais usadas em qualquer discussão, encontro ou coisa parecida que envolva política é democracia. Jactam-se os de direita  e exaltam-na os de esquerda – democracia é uma unanimidade nos dias atuais. Mas poucos se dão conta que isso não existe. Vivemos numa ditadura de verdade, travestida de democracia. No fundo, uma ditadura mesmo.
Alguém já notou a quantidade de ordens que nos dão todos os dias? Ordens de todos os tipos, que limitam nossas ações, em forma de leis, decretos, portarias. A Receita Federal, por exemplo, resolveu que vai exigir o número do CPF de todos os dependentes na declaração de renda. A Receita decidiu e baixou a ordem. Ai de quem não cumpri-la.
A Receita Federal manda nas nossas vidas. Quando quer mais dinheiro, publica uma instrução normativa – ou seja, cria uma norma, uma regra, e não é questionada. O Inmetro – Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – é igualzinho. Determina que precisa aferir as balanças a cada tanto tempo. Ninguém pergunta o porquê. Simplesmente obedece, porque se não obedecer vem bucha.
A Anatel (também conhecida como agência da piada pronta) autoriza ou não as operadoras de telefone ou TV a cabo a cobrarem isso ou aquilo e pronto. Todo mundo paga, ninguém reclama. E assim é com a eletricidade, com a água, com a passagem de ônibus. Alguém manda e todos obedecem.
Não vemos nenhum deputado ou senador se insurgir contra esses absurdos. Não vemos vereador questionar tarifas. Tem-se a impressão que o que existe de fato é um bando de capatazes nos conduzindo como se fôssemos gado. A água aumentou? Tá, e alguém discutiu esse aumento?
A passagem de ônibus ficou mais cara? Alguma empresa mostrou uma planilha que fosse para justificar? Nada. Deputados, senadores, vereadores deveriam aproveitar melhor seu tempo. Em vez de ficar criando projetos absurdos que podem se tornar lei (mais ditadura), deveriam questionar, discutir, analisar profundamente esses atos de governo e suas agências e institutos.
O chefão da Anatel deveria ir ao Congresso mostrar e provar os porquês da energia elétrica estar custando tanto. O chefão da DAE deveria ir à Câmara e provar aos vereadores o porquê da água custar x ou y. O secretário de transportes deveria mostrar aos mesmos vereadores o custo real da passagem de ônibus, e não ficar dando nomes às ruas.
Vivemos numa ditadura. A pior de todas, a que tem muitos ditadores. Nos obrigam a aceitar muitas coisas. Quer mais exemplo? Ciclistas são minoria, mas têm sua faixa exclusiva, as tais ciclovias. E ciclovia pra que, se muitos andam na contramão, em cima de calçadas e não respeitam o Código Brasileiro de Trânsito?
A ditadura dos que não conseguem se sustentar também oprime. A ditadura religiosa, que nos separa como anjos ou demônios. A ditadura do modismo, que enfeia os gordos – e principalmente as gordas – e enaltece as raquíticas e os bombadões. A ditadura das raças, que nos separa como brancos e negros.
Espremida entre as ditaduras está a classe média e neutra, que somente trabalha. Trabalha muito. Para sustentar os que estão acima (os políticos, os chefetes e outros ditadores), e para sustentar os que estão abaixo, como os miseráveis, pagando por tudo o que não lhes é possível.
E pra encerrar: alguém já notou a quantidade de autorizações para remoção de árvores publicadas na Imprensa Oficial de Jundiaí de janeiro para cá? Alguém já notou que estão brotando semáforos em Jundiaí? E alguém já pensou que, logo depois de um semáforo, fatalmente virá um radar para multar? Ou também estamos proibidos de pensar?

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