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quinta-feira, 28 março, 2024

Associação de Pilotos alerta sobre risco de balões causarem tragédia

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Número de balões aumenta até julho. Pilotos e passageiros correm riscos nas proximidades de aeroportos
A Associação Brasileira de Pilotos da Aviação Civil (Abrapac) voltou a alertar as autoridades públicas sobre o crescente risco de balões provocarem uma tragédia aérea de grandes proporções. Há tempos, entidades de classe e especialistas em segurança de voo vêm chamando a atenção para a necessidade de aperfeiçoar a fiscalização e punir os baloeiros que colocarem em risco a vida de outras pessoas.
Em carta enviada para autoridades federais e estaduais, a associação afirma que, só num fim de semana, mais de dez balões ameaçaram a segurança de aviões prestes a pousar no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
Concessionária do aeroporto, a empresa Investimentos e Participações em Infraestrutura S/A (Invepar) registro 159 ocorrências relacionadas à aproximação de balões durante 2015 e 2016. Além disso, os sete casos registrados em janeiro deste ano superam a soma (5) das queixas do mesmo mês de 2015 (2) e de 2016 (3). Historicamente, a presença de balões aumenta nos meses de junho, julho e agosto, devido às festas juninas.
Trechos de conversas entre pilotos e controladores de voo gravadas e divulgados pelo site Tráfego Aéreo mostram a dificuldade dos profissionais em solo para orientar a aproximação de vários aviões à medida que os comandantes relatavam a presença de balões nas rotas de voo.
A certa altura, o piloto do vôo 4961 da Azul informa que avistou quatro balões. Após alguns minutos, outro comandante diz já ter contado mais de dez balões nas proximidades. Um controlador de vôo reage comentando que “tá difícil hoje”.
Em inglês, um piloto informa que, além dos balões, há em sua rota original uma “espécie de banner de propaganda comercial”. Com medo de colidir, o piloto do vôo 57 da Air Europa fez um desvio emergencial enquanto iniciava os procedimentos para aterrissagem, voando a quase 430 quilômetros por hora. Ao reportar a manobra, o comandante questiona em tom apreensivo se o controlador que tinha lhe orientado a descer até 7 mil pés (mais de dois mil metros de altitude) tinha conhecimento prévio da situação e que “isso é muito perigoso”.
Segundo a Associação Brasileira de Pilotos, mais de 300 ocorrências envolvendo a proximidade de balões foram relatadas às autoridades aeroportuárias do país em 2016. O site do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) registra que, desde o começo deste ano, pilotos e controladores de vôo já reportaram 18 ocorrências com balões nas cidades de Belo Horizonte (MG); Guarulhos (SP); Campinas (SP); São José dos Pinhais; Bragança Paulista (SP); Pirassununga (SP); Curitiba (PR); Ilhéus (BA); Florianópolis (SC) e Rio de Janeiro (RJ).
A associação pede a criação de delegacias de polícia especializadas no combate à prática de soltar balões – crime previsto tanto no artigo 61 do Código Penal, que estabelece pena de reclusão por até cinco anos para quem expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea, quanto na Lei 9.605 ,que prevê de um a três anos de detenção ou multa para quem fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano.
Uma instrução normativa do Comando da Aeronáutica estabelece que balões livres não tripulados não podem ser soltos sem a devida aprovação prévia do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea). O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) tornou disponível um manual que orienta as forças de segurança pública na fiscalização de balões não tripulados.
O Cenipa enfatiza que a soltura de balões, mesmo que sem fogos, representa perigo para a aviação, já que não há como prever para onde o mesmo será levado pelo vento, podendo interferir nas rotas de vôo, e não sendo visíveis nem aos controladores, por meio de equipamentos, nem aos pilotos.

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