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quinta-feira, 28 março, 2024

Salvador tem 22 casos de doença misteriosa que causa urina preta

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A Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS) informou que já foram notificados, até a segunda-feira (19), 22 casos da doença ainda não identificada, que provoca dor muscular intensa e urina preta. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (20) pelo órgão, que acompanha os casos.
O último boletim da secretaria, na segunda-feira, informou 19 casos notificados da doença. Ainda não há informações de outras cidades da Bahia onde existam registros de casos. A Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) também se posicionou sobre o caso e divulgou um alerta epidemiológico para que os profissionais de saúde fiquem atentos e notifiquem os casos da doença. Conforme a Sesab, todos os pacientes notificados residem na capital baiana, sendo que 14 relataram o consumo de peixe, enquanto oito não se recordam ou não consumiram peixe.
Por meio de nota, a Secretaria de Saúde do Estado informou que está em curso um processo de investigação que reúne profissionais da vigilância epidemiológica, vigilância sanitária e ambiental, assim como os técnicos do Laboratório Central do Estado (Lacen).
A Sesab alerta que a população deve procurar imediatamente uma unidade de saúde caso apresente os sintomas como dor muscular intensa, de início súbito, acometendo, principalmente, a região cervical (pescoço), ombros, costas, coxas ou panturrilhas. Todas as unidades de urgência e emergência estão orientadas a notificar imediatamente os casos suspeitos de mialgia aguda, o que possibilita acelerar o processo de investigação.
Pesquisa
O laboratório de virologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), coordenado pelo professor Gúbio Soares, já analisou amostras de urina, fezes e sangue de quatro pacientes que apresentaram os sintomas, como fortes dores que começam no pescoço e nas costas, e que em 24 horas se espalham para braços e pernas.
A suspeita levantada pelas pesquisas é que a doença seja causada elo enterovirus tipo “b” ou pelo parechovirus humano. Os dois provocam mialgia, que são as dores musculares. De acordo com o pesquisador, a suspeita maior é que parechovirus seja o responsável pelo surto, já que as dores provocadas por ele são mais fortes. Nos últimos 10 anos, na França e no Japão, foram registradas contaminações de pelo menos 60 pessoas que sentiram dores provocadas pelo parechovirus.
A forma de transmissão pode ser pelo ar ou pelas fezes de pessoas contaminadas, que são espalhadas no mar. Alguns dos pacientes estiveram em Guarajuba, no Litoral Norte da Bahia, antes de apresentarem os sintomas. A contaminação pela ingestão de peixes não foi descartada.
“Se em Guarajuba os esgotos estão sendo jogados no mar, esse mar provavelmente vai estar contaminado. Tudo isso abre um leque de investigação e uma oportunidade de se estudar”, explicou.
O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) informou que apesar de serem resonsáveis pela avaliação da qualidade da água no Litoral Norte, o assunto está a cargo da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), que disse que o caso está sendo investigado. Já a Embasa disse que o esgoto da região é devidamente tratado e destinado ao Rio Pojuca, que desemboca no mar, entre as praias de Guarajuba e Praia do Forte.
O infectologista Antônio Bandeira já havia apontado que a enfermidade pode ser causada por um vírus ou por uma toxina presente em peixes de água salgada, por conta de relatos de pacientes que apresentaram sintomas. Em um dos casos mais graves na Bahia, a doença chegou a causar insuficiência renal.

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