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quarta-feira, 24 abril, 2024

Delação da Odebrecht mostra que políticos estão podres

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A lista dos políticos que receberam dinheiro sujo da construtora já circula. Até Alckmin levou sua parte

Desde os idos de Dom João VI se desconfiava que a relação de governos com empreiteiros, cada qual em sua época, eram incestuosas. Do meio do século passado para cá teve-se certeza que havia algo mais entre o céu, a terra e as construtoras. Agora, além das certezas, há provas e depoimentos mostrando que nossos políticos são farinha do mesmo saco.
Na semana passada, ficou pública a história que o governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), até então uma vestal, também é chegado numa maracutaia. Carlos Armando Paschoal, o CAP, um dos 77 diretores da Odebrecht que resolveram abrir o bico, contou que a construtora pagou R$ 2 milhões nas campanhas de Alckmin em 2010 e 2014. O dinheiro não aparece oficialmente – o que quer dizer que é caixa dois.
No listão da Odebrecht, políticos eram tratados por apelidos. Alckmin, por exemplo, era o “santo”. Mas não é só Alckmin o denunciado. Há figurões para todos os gostos em outra lista, na delação de outro dos diretores boca-mole da construtora.
Cláudio Filho, que começou carreira em Goiás e terminou em Brasilia em 2004, entregou muita gente. Romero Jucá, senador, levava sua parte – e lá seu apelido era Caju. Mais gente na lista, como Michel Temer, atual presidente, Renan Calheiros, Aécio Neves e José Serra estão nesse rolo.
A Odebrecht, junto com outras construtoras (nem sempre) montou um esquema criminoso para controlar deputados e senadores. Mandavam projetos prontos, ou quase isso, que a favorecia. Assim, todos esses políticos ganharam muito para aprovar medidas provisórias e outros projetos no Congresso.
A delação de Cláudio Filho está disponível, na íntegra, no final desta matéria. Por se tratar de documento de suma importância, o JN resolveu torná-la pública, embora o Procurador Geral da República, senhor Rodrigo Janot, esteja preocupado em saber como essa lista vazou. Certamente há outros assuntos muitíssimos mais graves para incomodar o procurador.
Como a história de dizer que foi um passarinho que me contou está batida, na hora em que o procurador quiser saber como essa lista nos chegou, iremos responder que foi um urubu que nos entregou na calada da madrugada. Talvez na mesma madrugada em que o Congresso e o STF rasgaram a Constituição.
Conheça os nomes citados na lista da Odebrecht e os valores que teriam sido repassados, de acordo com o site “BuzzFeed”:
1. Michel Temer – R$ 10 milhões
2. “Caju”: senador Romero Jucá (PMDB-RR), senador – R$ 22 milhões para campanhas
3. “Justiça”: Renan Calheiros (PMDB-AL), senador – teria se beneficiado por parte dos R$ 22 milhões
4. “Índio”: Eunício Oliveira (PMDB-CE), senador – também teria se beneficiado com o valor
5. “Primo”: Eliseu Padilha (PMDB-RS), ministro – teria centralizado arrecadações para Temer
6. “Las Vegas”: Anderson Dornelles (ex-assessor de Dilma) – R$ 350 mil
7. “Angorá”: Moreira Franco, secretário – recursos para Temer
8. “Caranguejo”: Eduardo Cunha (ex-deputado) – R$ 7 milhões
9. “Cerrado/Piqui”: Ciro Nogueira (PP-PI), senador – R$ 5 milhões para campanhas do PP
10. “Polo”: Jaques Wagner (ex-ministro) – R$9,5 milhões
11. “Gremista”: Marco Maia (PT-RS), deputado – R$ 1,3 milhão
12. “Babel”: Geddel Vieira Lima (ex-ministro) – R$ 1,5 milhão
13. “Bitelo”: Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), deputado – R$ 1,5 milhão
14. “Campari”: Gim Argello (ex-senador) – R$ 1,5 milhão
15. “Gripado”: 
José Agripino (DEM-RN), senador – R$ 1 milhão solicitado por Aécio Neves
16. “Botafogo”: Rodrigo Maia (DEM-RJ), deputado – R$ 100 mil
17. “Misericórdia”: Antônio Brito (PSD-BA), deputado – R$ 430 mil
18. “Ferrari”: 
Delcídio do Amaral (ex-senador) – R$ 550 mil
19. “Corredor”: Duarte Nogueira (PSDB), prefeito de Ribeirão Preto – R$ 600 mil
20. “Todo Feio”: Inaldo Leitão (PP-PB) – R$ 100 mil
21.  “Jovem”: Adolfo Viana (PMDB-BA), deputado estadual – R$ 50 mil
22. “Feia”: Lídice da Mata (PSB-BA), senadora – R$ 200 mil
23. “Comuna”: Daniel Almeida (PCdoB-BA), deputado R$ 100 mil
24. “Goleiro”: Paulo Magalhães Júnior – R$ 50 mil
25. “Diplomata”: Hugo Napoleão – R$ 100 mil
26. “Moleza”: Jutahy Magalhães – R$ 350 mil
27. “Velhinho”: Francisco Dornelles (PP), vice-governador do Rio de Janeiro – R$ 200 mil
28. Carlinhos Almeida – R$ 50 mil
29. João Almeida – R$ 500 mil
30. Rui Costa (PT), governador da Bahia – R$ 10 milhões
31. Paulo Skaf (PMDB), presidente da FIESP – teria se beneficiado com R$ 6 milhões da verba acertada com Temer.

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