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quinta-feira, 25 abril, 2024

Comércio varejista demite 4 vezes mais que montadoras

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Pra quem achava que só as montadoras de veículos estavam na tanga, aqui vai uma informação pior ainda: de janeiro a setembro o comércio varejista demitiu quatro vezes mais que as montadoras – foram 40 mil demissões nas lojas; nas montadoras, 10.900. A Via Varejo, dona das Casas Bahia e do Ponto Frio, demitiu onze mil funcionários.
A explicação é simples e lógica: acabaram se os embalos do crédito sobrando, os juros baixos, os incentivos fiscais do governo. Com isso, as vendas foram pro vinagre. Maganize Luíza e Máquina de Vendas (segunda e terceira colocadas no ranking das maiores) não estão repondo funcionários no lugar dos que saíram, e não descartam possibilidade de demitir.
O consumidor não confia em mais nada. Fábio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC) diz que o comércio varejista terá o pior ano (este) desde 2000. Depois das concessionárias de carros, as lojas de eletrodomésticos e móveis foram as que sairam da situação de mal para a situação pior.
“A compra de eletroeletrônicos e móveis não é por impulso. A crise de confiança do consumidor e o medo de desemprego afastam a clientela”, diz Guilherme Assis, analista de varejo do banco Brasil Plural. E quando as grandes passam maus bocados, as pequenas e médias acompanham. A Cybelar, por exemplo, deverá ter dez lojas fechadas até o fim do ano.
“O número de lojas fechadas este ano até setembro é quase o triplo do que o registrado no ano passado inteiro”, afirma Fábio Bentes. Nos primeiros nove meses deste ano, 4.317 lojas de eletrodomésticos e móveis fecharam as portas no país. No ano inteiro de 2014, foram fechados 1.503 pontos de venda, segundo Bentes.
Para chegar a esses números, Bentes comparou os dados de lojas informantes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) com o total de funcionários que tinha no período. As lojas de eletrodomésticos e móveis deixaram de informar o número de empregados para o Caged porque fecharam as portas ou foram para informalidade.
Outra dificuldade enfrentada por essas redes é a escassez de crédito, tanto para os clientes como para financiar suas compras com a indústria. “A falta de crédito está penalizando as varejistas pelos dois lados”, diz Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo. Atraídos pelo rendimento dos títulos do governo praticamente sem risco, os bancos não estão renovando financiamentos de capital de giro para as varejistas.
Diante da falta de recursos, as redes estão se financiando com os fornecedores. Elas buscam prazo mais longos de pagamento e operações de crédito para compra de mercadorias nas quais a indústria entra como avalista do empréstimo obtido no banco. A operação, conhecida como Vendor, era comum nos anos 80, quando o crédito era escasso.
Em setembro, segundo o Banco Central, as operações de Vendor atingiram R$ 1,8 bilhão, alta de 34,3% ante agosto. Com perspectivas de um Natal magro e a economia fraca, varejistas admitem que um movimento de consolidação está a caminho em 2016. Como reza o ditado, a esperança é a última que morre.

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